Santa Cruz do Sul é um dos 23 municípios com circulação do vírus da Febre Amarela confirmada. Por conta da situação, o Rio Grande do Sul declarou nesta quarta-feira (28) emergência em saúde pública. Em todos os municípios com casos confirmados foram encontrados primatas mortos, contaminados por mosquitos de áreas silvestres que transmitem o vírus da doença.
Em Santa Cruz do Sul, dois bugios já foram encontrados mortos entre o fim de março e o começo de abril. O primeiro, localizado na Reserva dos Kroth, positivou para a doença e o segundo, encontrado em Linha Sete, teve o resultado negativo. Na região, Venâncio Aires aguarda o resultado do exame de um bugio encontrado em Linha Castelhano, na última quinta-feira (22).
Conforme o físico especialista em saúde da 13° Coordenadoria Regional de Saúde, Luis Casseres, a confirmação do vírus em Santa Cruz do Sul traz um alerta para toda a região do Vale do Rio Pardo. "A população precisa ficar atenta, principalmente a rural, e informar a Vigilância Sanitária de cada município ao encontrar um bugio morto. A emergência em saúde pública, declarada ontem, também faz com que o sistema de saúde fique em alerta", diz. Entretanto, segundo Casseres, ainda não há casos de febre amarela em humanos nos municípios da 13ª CRS e nem em outras localidades do Estado, que não registra casos em humanos desde 2010.
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, silvestre ou urbana. O vírus é transmitido por mosquitos infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. Os casos que ocorrem no Brasil são silvestres, quando o vírus é transmitido por mosquitos que vivem em áreas de mata (dos gêneros Haemagogus e Sabethes).
Conforme o Governo do Estado, a estratégia de vacinação deve ser intensificada imediatamente para elevar as coberturas em áreas vermelhas e amarelas, principalmente pessoas residentes em áreas rurais, silvestres e periurbanas, onde as atividades rurais e urbanas se mistura".
A vacina contra a febre amarela faz parte do calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e pode ser encontrada nas Unidades de Saúde da Atenção Primária. O calendário vacinal prevê a primeira dose aos nove meses e um reforço aos quatro anos. A partir dos cinco até os 59 anos, a vacina é dose única.
Desde 2018, todo o território do Rio Grande do Sul é considerado área de vacinação contra a febre amarela.
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