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"Toda a pandemia tem um início, meio e fim", destaca o infectologista Marcelo Carneiro


Publicado 12/08/2020 06:00
Atualizado 12/08/2020 06:00

Covid-19   SAÚDE PÚBLICA

A pandemia causada pelo novo coronavírus tem feito milhares de vítimas em todo o país. Na região do Vale do Rio Pardo, óbitos foram registrados e a cada dia surgem novos casos confirmados. No entanto, segundo o médico infectologista Marcelo Carneiro, ainda não é o momento para se falar em pico da doença.

De acordo com Carneiro, o que se pode observar é uma interiorização da covid-19 que agora tem sido registrada em cidades pequenas, no interior e meio rural. Segundo ele, ou o controle da doença irá ocorrer naturalmente ou a vacina será capaz de criar anticorpos e reduzir o números de casos. "A vacinação, quando ocorrer, terá critérios como o da gripe", acrescenta. 

Embora a quantidade de pessoas infectadas assuste, Carneiro ressalta que a situação está controlada na região: "Toda a pandemia tem início, meio e fim. O fim não significa que não vai mais existir a doença, mas que passarão a surgir casos mais simples. É tudo uma questão de tempo que depende da exposição das pessoas e uma série de fatores como doenças de base, especialmente obesidade e idade avançada.". 

ANTICORPOS

Uma recente pesquisa encomendada pelo Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e apoio da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) e da Philip Morris Brasil,  apontou que 10 mil pessoas já tiveram contato com o vírus no Vale do Rio Pardo. Na avaliação do infectologista, essa quantidade de pessoas que criaram anticorpos, o que corresponde a 2% da população, ainda é muito pequena, mas destaca que cada cidade tem uma realidade diferente no que se refere ao número de pessoas infectadas pela covid-19. "Santa Cruz do Sul foi uma das últimas cidades a começar a ter casos. Cidades que começaram a ter casos mais cedo, têm uma diminuição mais cedo também".

Conforme Carneiro, o que de fato sempre preocupa é a quantidade de óbitos. Caso uma região registre muitos óbitos, isso significa que o número de pessoas que estão ficando doentes é alto: "Se aumentar o número de casos e não aumentar o número de óbitos e internações, melhor, porque significa que as pessoas estão adquirindo anticorpos. Os problemas são as internações e os óbitos".

 


Foto: Arquivo/Portal Arauto
Segundo Carneiro, ainda não é possível falar sobre pico da covid-19 na região
Segundo Carneiro, ainda não é possível falar sobre pico da covid-19 na região