O Arauto Saúde desta semana conversa com a nutricionista Mariéle Kliemann sobre os riscos das dietas restritivas no verão.
Mariéle, quais são os riscos de uma dieta sem acompanhamento?
Nós temos essas, dietas-verão, que são realizadas seguindo alguns protocolos para emagrecimento rápido. Essas dietas, quando não possuem acompanhamento profissional, podem causar alguns riscos à saúde e até mesmo influenciar negativamente no comportamento alimentar a longo prazo. Isso ocorre porque elas são caracterizadas por regimes de restrição calórica severa e também uma redução drástica no consumo de nutrientes essenciais para o nosso organismo.
E quando a gente fala nesta restrição, quais são os riscos?
Como elas são dietas de restrição, elas geralmente não seguem um protocolo individualizado. Muitas vezes elas são encontradas facilmente na internet e as pessoas acabam optando por esse tipo de dieta pela facilidade. Essas dietas, podem, em algum momento, desencadear distúrbios, disfunções no comportamento alimentar, levando inclusive, depois do momento de realizar a restrição, à compulsão alimentar. Isso acaba atrapalhando o comportamento, a relação com a comida, com a alimentação a posteriori.
Na nutrição, temos algum alimento que pode ser considerado um “vilão”?
De forma alguma. O que a gente precisa analisar é o contexto da alimentação e não apenas um grupo de alimento, um grupo de nutrientes. A gente não pode banalizar, por exemplo, o carboidrato como um “vilão”, mas em excesso ele também não faz bem. Percebe-se que essas dietas restritivas são feitas sem acompanhamento profissional, sem esse olhar profissional e sem uma personalização. Não existe um contexto todo atrás da elaboração desses protocolos e muitas vezes existe a restrição de nutrientes bem importantes como vitaminas e minerais.
