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Em um ano, 691 animais foram abandonados em Santa Cruz


Fonte: Assessoria de Imprensa
Publicado 19/01/2022 17:12
Atualizado 19/01/2022 17:15

Geral   PREOCUPANTE

As restrições sanitárias impostas pela pandemia de covid-19 em um 2021 ainda fortemente marcado pelas contaminações, geraram reflexos negativos também no dia a dia daqueles que levam a fama de serem considerados os melhores amigos do homem. O aumento no número de abandono de cães – e também de felinos – foi um desses muitos reflexos. Em apenas 365 dias, 691 animais foram simplesmente tocados para fora de seus lares e 67 autos de infração foram emitidos em decorrência de maus tratos. 

Por outro lado, o número de adoções realizada no período não contribuiu para equilibrar a balança. De janeiro a dezembro do ano passado, somente 246 adoções ocorreram, a despeito de todo o esforço realizado pelo poder público através das feiras e das campanhas permanentes realizadas em parceria com as ONGs de proteção animal. “É a menor quantidade registrada desde 2016”, lamentou o veterinário Tiago Marques, coordenador do Canil Municipal.

Como resultado de tanta insensibilidade, um espaço que deveria abrigar 45 animais, acaba quase que de modo permanente com uma lotação bem superior a sua capacidade máxima. Segundo informou Tiago, foram contabilizados no ano passado 446 recolhimentos de caninos e felinos e 65 de equinos. “Infelizmente o número de abandonos e de maus tratos é muito alto ainda”, comentou.

Embora as estatísticas reflitam uma realidade ainda difícil de ser revertida em um curto prazo, investimentos feitos pelo poder público municipal no decorrer do ano passado já apontam para avanços concretos na causa do bem-estar animal. R$ 1,6 milhão foram disponibilizados para a construção do novo Centro de Bem-Estar Animal (CBEA), já em obras na Granja Municipal, e mais de R$ 800 mil foram destinados para outras ações. Em breve os animais atualmente abrigados no Canil serão levados para um espaço contíguo à estrutura em obras,  até que a mesma esteja concluída.

Outros números positivos também foram contabilizados no decorrer do ano. Através do Programa Municipal de Controle Populacional de Cães e Gatos, 1,4 mil castrações e 1,7 mil microchipagens foram efetuadas, além de captura, recolhimento, atendimento e tratamento de mais de 50 animais silvestres. No cadastro para acesso aos serviços do Hospital Veterinário, estrutura que entrou em funcionamento em agosto de 2020, foram incluídas 532 famílias de baixa renda, três ONGs e oito protetores independentes. 

Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Jaques Eisenberger, o município investiu bastante na causa animal em 2021 e ele ressalta de modo especial as ações para controle da população de animais de rua.  “Dobramos o número de castrações, contribuindo com as ONGs e com os protetores independentes. Nos preocupamos muito com isso porque como são animais em situação de rua, eles acabam se reproduzindo e a tendência é sempre aumentar”, alertou. Ele fez ainda um apelo para que as pessoas não abandonem seus animais e pede aos que optarem por adotar, que o façam de forma responsável para que os bichinhos não sejam novamente abandonados. 

Outros destaques do ano passado foram a criação e implantação do Banco Municipal de Rações, Medicamentos e Utensílios para Animais e do Banco Municipal de Dados de Animais Microchipados e Respectivos Tutores. Já em 2022 a ideia é implantar um programa para microchipagem e identificação também para animais domésticos residentes no município, uma iniciativa que pode contribuir muito para evitar novos casos de abandono. 

Cabe ressaltar ainda, dentre as realizações do Canil Municipal em 2021, a participação do órgão nas atividades de remoção das famílias de baixa renda contempladas com moradias nos loteamentos Santa Maria e Mãe de Deus. 605 animais foram acompanhados com suas famílias em seu deslocamento para os novos lares, recebendo todos os cuidados necessários. 

Outro fato relevante que marcou o ano de forma positiva foi a realização da primeira cirurgia na região para implantação de uma endoexoprótese em uma cachorra vítima de abandono, recolhida e agora sob a responsabilidade do Canil Municipal. “Agora a Marisol está só à espera de uma adoção responsável. Vamos torcer para que ela seja adotada por uma família que lhe dê muito amor e carinho”, frisou.


Foto: Arquivo / Luiz Fernando Bertuol
Em um ano, 691 animais foram abandonados em Santa Cruz
Em um ano, 691 animais foram abandonados em Santa Cruz