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Para 2022, o que esperar do futebol


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 02/01/2022 09:00

Esportes   PERSPECTIVAS

O Internacional, que terminou o Campeonato Brasileiro de 2021 na 12ª posição na tabela, busca recuperação e tem como prêmio de consolação a disputa da Copa Sul-Americana. O Grêmio tem pela frente mais uma Série B, desta vez com adversários cascudos e fortalecidos. Para o Avenida resta lutar, mais uma vez, pelo retorno à elite do Gauchão, no entanto, desta vez, terá como adversário o arquirrival Santa Cruz, que volta à disputa da Divisão de Acesso. Outra novidade para 2022 é o retorno do clássico regional. O comentarista esportivo do Grupo Arauto, Luciano Almeida, traça o caminho ideal que os times terão que percorrer para chegar aos objetivos do novo ano.

Dupla Grenal

O Grêmio terá um 2022 para reconstrução. Campeonato Gaúcho, Copa do Brasil e, principalmente, o Campeonato Brasileiro da Série B. O grande desafio será a volta à elite e, para isso, nestes primeiros movimentos, a reformulação deve se limitar ao time. Ao contrário de outros grandes que caíram, o Grêmio manterá praticamente intocáveis a diretoria, o departamento de futebol que terminou o ano e confirmou o rebaixamento e a comissão técnica capitaneada por Vagner Mancini. Diego Cerri, o executivo de futebol, está mantido e o que se diz é que terá mais espaço e mais influência, especialmente na formação do grupo. Uma drástica redução salarial é obrigação e será feita a partir da dispensa de nomes caros e cujos ciclos se encerraram, como Diego Souza, Rafinha, Cortez, Douglas Costa, Borja e Alisson, além de outros descartados, como Paulo Miranda, Everton e Jean Pyerre. Para fechar as saídas, Vanderson acertou com o Mônaco. A nova fotografia deve levar em conta jogadores com mais intensidade, força física e velocidade, um perfil que responde melhor às  exigências da Série B. Além de jogadores da base que devem ganhar espaço. Os primeiros nomes contratados levam em conta esta proposta: os laterais Orejuela e Nícolas, o zagueiro Bruno Alves e o atacante Janderson. Outros jogadores estão na mira e devem ser anunciados nos próximos dias. Apesar das especulações, o perfil de elenco do Tricolor traz um time mais operário, mais competitivo e sem manhas e vícios que estavam impregnados no vestiário, elementos fundamentais para a queda. De resto, o desafio será gigantesco para se adaptar à mudança de realidade, enfrentar adversários difíceis e alguns grandes, como Vasco, Cruzeiro, Bahia e Sport, com a pressão de ser o favorito, que tem a obrigação de subir.

O Internacional terminou o ano em baixa. Amargando a 12º colocação do Campeonato Brasileiro, atrás de times com menor expressão, como Ceará, América MG e Atlético–GO, ficou claro que uma mudança de fotografia é indispensável. Até agora, no entanto, ela se limitou ao técnico Diego Aguirre, que mesmo não confirmado na seleção uruguaia, deixou o Inter. A preferência por um treinador estrangeiro se confirmou com a chegada de Alexander Medina. Dele partirá, talvez, o primeiro desenho de grupo para 2022. No atual plantel de jogadores, a maioria tem contratos longos. Há uma espécie de pressão interna para o abreviamento de alguns ciclos. Patrick, Edenilson e Rodrigo Dourado são nomes bastante especulados para serem envolvidos em negociações. A primeira grande cartada foi Felipe Melo, cuja concorrência foi perdida para o Fluminense. E este primeiro movimento indica claramente uma definição Colorada: é preciso trazer jogadores com personalidade, ímpeto e imposição vencedora. O temperamento é um importante problema do grupo Colorado que sofre com especulações em torno de investidas em Yuri Alberto, seu principal atacante. No calendário, Campeonato Gaúcho, Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e Campeonato Brasileiro. No horizonte, desafios: voltar a conquistar título, de preferência de maior expressão, e voltar à Libertadores em 2023. A queda do rival dá alguma tranquilidade, especialmente no início do trabalho, mas o nível de exigência do torcedor Colorado é, no momento, inversamente proporcional ao grau de paciência com o time e o Clube. É preciso dar respostas. E apagar a impressão de um time que por muito pouco não brigou contra o rebaixamento, em um ano que esteve muito abaixo da expectativa não só do torcedor, como dos próprios adversários.

Dupla Avecruz

A participação do Avenida na Divisão de Acesso 2021 terminou em frustração. O Periquito sempre esteve credenciado como um dos favoritos a uma vaga na elite. Mas o time perdeu intensidade e competitividade, teve muitas dificuldades na reta final. Parou na semifinal e terminou o ano envolvido em incertezas. Até o momento não está definida a diretoria e o comando de futebol, de modo que o planejamento e o início da montagem do grupo estão atrasados. Há tempo, mas o fato é que o clube precisa se reestruturar e planejar futebol. Começando pela comissão técnica e pela montagem do grupo de jogadores. Como o principal rival, enfrentará um Acesso dos mais complicados e uma briga acirrada pelas duas vagas à Primeira Divisão.

O Santa Cruz está de volta à Divisão de Acesso. E chega com organização, estruturação e ambição para voltar à elite. O ano não terminou e o clube já tem definida a diretoria, o comando do futebol e a comissão técnica, outra vez comandada por Wiliam Campos. O grupo de jogadores está em avançado estágio de formação, com 14 atletas confirmados, no chamado, pela direção, pacote de reforços de fim de ano. Este parece ser o grande trunfo do Galo na tentativa de voltar à elite: um trabalho estruturado, planejado e pensado com antecedência. A competição, que deve começar na segunda quinzena de abril, trará grandes dificuldades e adversários muito gabaritados. Mas o Santa Cruz, depois de muito tempo, pode sonhar com uma das vagas. 


Montagem: Portal Arauto
Comentarista do Grupo Arauto, Luciano Almeida, traça o caminho ideal que os times terão que percorrer para chegar aos objetivos do novo ano
Comentarista do Grupo Arauto, Luciano Almeida, traça o caminho ideal que os times terão que percorrer para chegar aos objetivos do novo ano