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Pêssego é a aposta que tem dado certo


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 07/11/2021 07:01
Atualizado 07/11/2021 07:01

Geral   EM ÉPOCA DE COLHEITA

Não é só o morango o queridinho da estação. Outra fruta muito utilizada na cozinha gaúcha, principalmente na produção de sucos, geleias, doces, bolos, tortas, ou in natura, o pêssego tem se tornado para diversas famílias da região uma boa alternativa para gerar renda com o custo de mão de obra baixo. E está em fase de colheita em muitas propriedades, como em  Linha Fischer, interior de Vale do Sol. Por lá, a família Beling iniciou há alguns anos um processo de diversificação na propriedade utilizando a cultura do pêssego.

Conforme o jovem Joel Neemias Beling, de 22 anos, formado como Técnico em Agricultura na Escola Família Agrícola de Vale do Sol (Efasol), a produção iniciou no ano de 2013, com o incentivo da Prefeitura e Emater, que criaram um projeto para implantação de um pomar, afim de garantir a diversificação da propriedade. Inovação que deu certo para  Joel e seus pais, Flávio e Rosélia Beling, que vivem no local. “Pensamos em inovar e aderir a essa ideia, assim implantamos mais de 100 pés de pêssego e 80 de ameixa. No início foi difícil, pois não sabíamos muito sobre os manejos dessa atividade, pois a principal fonte de renda sempre foi o tabaco”, frisou. E apesar do clima chuvoso ter prejudicado o desenvolvimento dos frutos, a expectativa da família, que iniciou a colheita no mês de outubro, é aumentar a quantidade ao final da safra. “Estamos a cada ano ampliando nossa produção, implantando novas variedades, substituindo árvores mais antigas e melhorando a produtividade do pomar. É uma atividade rentável, com baixo custo de produção, garantido uma ótima renda extra. Ano passado colhemos 1.400 quilos e esse ano esperamos colher 2.000 mil quilos”, projeta o jovem.

Numa área de aproximadamente 0,4 hectare, atualmente estão em produção 100 pés e 50 em fase de desenvolvimento. Segundo o jovem, leva cerca de dois anos para que um pessegueiro atinja o seu ponto ideal de crescimento e produza bem. Com a propriedade situada na região serrana de Vale do Sol, o agricultor revela que a escolha do local é fundamental para que se tenha uma boa safra. “A área utilizada é um local que pega sol na parte da manhã, algo essencial para o crescimento das plantas e frutas e além disso, um solo muito fértil. Ainda, deve ser um ponto onde não se tenha muito vento”, salienta.

Cuidados

Entre os cuidados necessários durante a produção, o jovem vale-solense destaca a  atenção com insetos como a formiga, que adoram as folhas e flores dos pessegueiros. No inverno é feita a poda e retirada de galhos secos, para que a planta receba luz solar no seu interior. Nessa época, também é aplicada a calda sulfocálcica, que é um fungicida da linha orgânica. Por fim, quando os frutos estiverem em desenvolvimento, são colocadas iscas para atrair as moscas. 

Na propriedade de Joel, atualmente são produzidas as variedades precocinho, chimarrita, el dourado, granada, brs libra e pipita. A colheita iniciada em outubro vai até o final de dezembro. A produtividade de quilos por planta depende muito da variedade e do clima, estando em média entre 20 até 50 quilos por pé. 

Produção

Conforme o extensionista rural da Emater em Vale do Sol, Dagoberto Antunes, atualmente existem cinco produtores de pêssego no município, em uma área de 1,5 hectare. De acordo com Antunes, a produção em média fica de 7 a 8 toneladas por hectare, que são destinados para venda local na feira, Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e para uma agroindústria que produz pêssego em calda e geleias. 

Em Vera Cruz, conforme o extensionista rural, Alberto Pinheiro, existe um produtor de pêssego que conta com produção comercial, ou seja, com 50 pés ou mais de produção.  De acordo com o extensionista, em razão do município ter o predomínio da produção doméstica, não existe uma variedade predominante. “Existem muitas variedades que se adaptam tanto para a indústria como para o consumo em casa. Então é difícil destacar uma”, conclui.


Foto: Gabriel Fuelber/Jornal Arauto
Produção de pêssego se tornou carro-chefe da família
Produção de pêssego se tornou carro-chefe da família