O novo aumento da Petrobras já deve refletir nas bombas de Santa Cruz do Sul nesta terça-feira (25). Conforme proprietários de estabelecimentos contatados pelo Portal Arauto, a tendência é que o preço da gasolina aumente 20 centavos aproximadamente.
Nesta segunda-feira, a Petrobras anunciou que o litro da gasolina vendido pela empresa às distribuidoras passará de R$ 2,98 para R$ 3,19, o que representa um aumento de R$ 0,21 ou de cerca de 7%. Já o litro do diesel passará a ser vendido por R$ 3,34 nas refinarias da Petrobras, o que representa um aumento de cerca de 9% sobre o preço médio atual, de R$ 3,06.
De acordo com o Eduardo Malheiros, proprietário do Posto Malheiros de Santa Cruz do Sul, a gasolina comum pode ir até R$ 6,89 em seu estabelecimento, 20 centavos mais caro que o preço aplicado nesta segunda-feira. "É difícil prever o aumento até vir a carga, mas temos que repassar. Já aconteceu dos postos matarem no peito e não aplicarem, mas é um reajuste mais alto", diz. Mesmo assim, os preços do município ainda são menores que em outras regiões. Percebo que os postos daqui ainda estão segurando. Enquanto colocamos R$ 6,69, tem postos da região metropolitana que já cobram R$ 6,79", destaca o empresário que já percebe redução do movimento por conta dos frequentes reajustes. "O movimento que seria recuperado após pandemia não está sendo porque as pessoas estão evitando utilizar o carro. Se obrigam a poupar", lamenta.
Além disso, segundo Giovane Pick, proprietário do Posto Central, o aumento da Petrobras se soma ao reajuste do etanol anidro, mistura obrigatória de 27% presente na gasolina. "O material presente em 1/4 da gasolina já apresentou elevação nesse mês. E tem mais situações do mercado externo que podem causar novos aumentos. Já liguei para várias distribuidoras hoje para ver o que pode ser feito, mas a tendência é que o preço da gasolina passe de R$ 6,66 para R$ 6,86", fala. Conforme o empresário, infelizmente, a tendência é que novos aumentos sejam registrados nas próximas semanas, tanto no valor da gasolina quanto no do diesel.
Na justificativa, a Petrobras afirma que os reajustes no preço garantem que o mercado "siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento". "O alinhamento de preços ao mercado internacional se mostra especialmente relevante no momento que vivenciamos, com a demanda atípica recebida pela Petrobras para o mês de novembro de 2021. Os ajustes refletem também parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio", escreveu a empresa.
De acordo com Roberto Ruschel, proprietário dos postos Shopping Car, com o aumento no álcool anidro, o reajuste da Petrobras e a previsão de aumento a partir de 1º de novembro por conta do ICMS, as notícias não são boas. "Às vezes conseguimos segurar por conta do estoque ou em ajustes menores, mas dessa vez será repassado. Porém, ainda não temos o preço exato", salienta o empresário da rede que aplica R$ 6,69 nesta segunda-feira. Para Gastão Lambert, proprietário dos postos Nevoeiro, o que mais assusta é o efeito cascata. "A Petrobras ajusta nas refinarias, que aplicam o aumento nas distribuidoras, que mandam com novos impostos para os postos. Aí depois é cobrado o ICMS em cima do valor ajustado. Será difícil segurar os preços", acredita. Nesta segunda-feira, o preço da gasolina comum no estabelecimento estava em R$ 6,59.
