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Paulo Mans: trajetória de respeito e amor pelo tradicionalismo


Publicado 18/09/2021 19:00

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Natural da localidade de Sete de Junho, em Vera Cruz, Paulo Valdir Mans, com 49 anos, carrega uma história marcada por luta, superação, amor pelo tradionalismo e por fazer a diferença na vida das pessoas. Atual patrão do CTG Candeeiro da Amizade, de Vera Cruz, formado em Administração pela Unopar, Mans também trabalha no Banco do Povo, de Santa Cruz, um instrumento criado pela Administração Municipal que busca disponibilizar recursos para concessão de crédito produtivo popular.

Quem vê a cordialidade e gentileza de Mans para com as pessoas, se não soubesse, não imaginaria que por trás desse homem dono de um coração bom também há um coração dolorido que sofre diariamente devido à perda do filho Pedro Henrique, que morreu em agosto do ano passado após um acidente de trânsito registrado na Estrada de Vila Progresso, interior de Vera Cruz. A colisão frontal aconteceu entre um carro e a moto de Pedro. Ele chegou a ser socorrido em estado grave, mas faleceu depois devido à gravidade dos ferimentos. Além de Pedro, Mans e a esposa Kátia também são pais de Amanda e Ana Paula.

Contudo, o amor pelo tradicionalismo existe no coração de Mans desde a infância:  "Sempre tive essa lida de casa. Com quatro anos eu já montava cavalo. Essa tradição veio com meu avô". No entanto, esse sentimento começou a crescer após o filho Pedro Henrique participar do CTG Candeeiro da Amizade. "Como eu já tinha feito várias cursos de dança e tínhamos o CTG próximo de casa, levamos o Pedro para o CTG. Ele começou a gostar. Foi a partir de 2011 que aumentou esse envolvimento", conta. 

Em meio à caminhada relacionada à tradição gaúcha e amor pelo tradicionalismo, um dos fatos marcantes, para Mans, foi o momento em que recebeu o convite para ser o tesoureiro do CTG Candeeiro da Amizade - no qual hoje é patrão e carrega como missão agregar na vida das pessoas. "Eu não esperava por isso e fiquei como tesoureiro dois anos".

As atividades realizadas por integrantes do Candeeiro da Amizade são muitas e uma das que para Paulo Mans desempenha um papel muito importante na sociedade se refere ao trabalho de equoterapia que se trata de um método terapêutico e educacional, que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar: "Atendemos a Apae de Santa Cruz e de outras regiões. Percebemos que os próprios pais conseguem ver algum progresso no filho. Estamos no momento montando uma cozinha industrial com uma nutricionista que ficará responsável por preparar pratos mais saudáveis para as crianças".

Segunda família

Para Mans, o CTG Candeeiro da Amizade representa uma segunda família e tanto para ele, quanto esposa e as outras duas filhas, tudo remete muito à trajetória de Pedro: "O Pedro era muito conhecido, tinha muita amizade. No velório dele tantas pessoas elogiaram ele, contaram histórias de coisas que ele fez e participou. Meu filho saía da faculdade, trabalhava em uma agência de publicidade, ia para o CTG e voltava tarde. Isso mostrou sempre o amor e entusiasmo dele pelo CTG".

Muito emocionado, Mans relembra do filho que marcou a vida de todos que o conheceram: "O Pedro tinha um carisma. Para ele não tinha tempo ruim. Ele sempre tinha um sorriso no rosto. Apareciam as dificuldades, mas ele sorria e tocava em frente". É nessas lembranças que o pai se agarra e encontra forças para continuar.

Começo de tudo

Paulo Mans fez a primeira série na Escola Sete de Junho e já com 14 anos conseguiu assinar a carteira devido ao trabalho em uma granja que criava leitões e gado em Linha Capão. Mais tarde recebeu um convite e durante oito meses passou a atuar na Prefeitura de Vera Cruz como CC, na gestão do prefeito da época Valdomiro Rocha.

O trabalho no Banco do Povo de Santa Cruz do Sul foi o terceiro emprego que teve e continua sendo até o momento. Quando pediu a demissão da Prefeitura de Vera Cruz, fez concurso da Prefeitura de Santa Cruz, passou e foi trabalhar na época na Secretaria de Indústria e Comércio.

O Banco do Povo, por exemplo - a realização profissional de Mans - tem como objetivo disponibilizar crédito competitivo, orientado a micro e pequenos empreendedores que queiram ampliar e melhorar o seu negócio, mas não tem acesso aos sistemas tradicionais de crédito. Sobre o trabalho exercido no local, ele conta que é uma missão que  faz não pelo salário que ganha, mas por poder orientar as pessoas a abrirem uma MEI e, assim, conseguirem, aos poucos, ampliar os negócios: "Chego a me arrepiar quando volto no local e vejo que a pessoa está evoluindo".