Sempre importante nas propriedades de pequeno e médio porte, a diversificação das culturas agrícolas foi um dos motivos que fez o vale-solense Moises Carvalho, de 21 anos, apostar novamente na cultivar do brócolis em Vale do Sol.
Morador de Faxinal de Dentro, o agricultor revela ter iniciado com a produção em 2016, ano que plantou cerca de 20 mil pés. Em 2017, o agricultor aumentou para 120 mil pés a produção na expectativa de garantir uma boa safra e produtividade. No entanto, as condições climáticas desfavoráveis fizeram com que muitas perdas ocorressem na lavoura, fazendo com que o investimento na cultivar fosse paralisado durante os três anos seguintes. “No nosso segundo ano de produção houve muitos problemas na colheita, o que nos ocasionou muitas perdas. Então, de 2017 até o início de 2021, a atividade ficou parada aqui na nossa região”, ressalta Moises.
Conforme o agricultor, a retomada das atividades com a cultura aconteceu após a empresa Grano, de Serafina Corrêa, oferecer uma parceria aos agricultores, através da qual a empresa fornece as mudas e a assistência técnica aos produtores vale-solenses. “A empresa presta assistência técnica e um funcionário passa toda semana na propriedade para ver o andamento da produção. A Grano, então, fornece as mudas e é estipulado um preço x que eles pagam na hora que entregamos a produção. Neste momento, o valor repassado é baseado em uma tabelinha de bonificação, que indica o aproveitamento do produto final. Por exemplo, um brócolis que vai dar 90% de aproveitamento é um valor, o que dá 95% é outro valor, o que der menos é outro valor”, destaca Moises, que revela ter o custo mínimo do kg fixado em R$1,70.
Segundo Moises, o trabalho na cultivar do brócolis é realizado com o seu irmão Mauricio, que o acompanha também na produção leiteira, no tabaco, na soja e outras culturas. Para a safra de 2021 foram plantados cerca de 450 mil pés de brócolis em terras arrendadas que antes eram utilizadas para o plantio de soja.
Pensando adiante, o objetivo é permanecer com apenas três culturas, deixando a produção de tabaco de lado. “Temos o objetivo de ficar com três culturas na propriedade. A produção leiteira, o brócolis no inverno e a soja, deixando um pouco de lado o tabaco”, ressalta o produtor, que estima na próxima safra realizar o plantio de um milhão de pés de brócolis.
Conforme o extensionista rural da Emater de Vale do Sol, Dagoberto Antunes, a produção de brócolis pode ser uma opção no município. “A partir do momento que os produtores têm mais de uma fonte de renda, aumenta-se a sustentabilidade da propriedade, além de diminuir muito os riscos de perdas de produção, melhorar a qualidade de vida e gerar mais alternativas para a sucessão rural”, destaca o extensionista, que revela ser ideal a colheita no inverno para favorecer a qualidade da cultura.
Segundo o orientador agrícola da Grano, Márcio Pedrotti Almeida, são atualmente nove produtores de brócolis no município, totalizando quase 1 milhão de pés. “Em 2016/2017 a Grano já havia produzido brócolis em Vale do Sol com bastante êxito e agora retomamos a produção para atender a crescente demanda pelo produto no mercado nacional”, destaca Almeida, que afirma ainda ter a região uma boa receptividade para a cultura. “A região tem clima e solo adequados à cultura e uma janela de plantio que não temos na serra gaúcha, onde a empresa tem o maior número de produtores”, conclui o orientador.