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Plantio do tabaco inicia na região


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 09/06/2021 06:51
Atualizado 09/06/2021 06:51

Geral   NOVA SAFRA

Uma realidade que começa a se tornar frequente entre os produtores de tabaco na região, a antecipação do transplante das mudas para as lavouras até poucos anos atrás era considerada  prejudicial e perigosa, tendo em vista a possibilidade das geadas afetarem os pés de fumo.

No entanto, para o casal de agricultores Dilson Schroeder, de 60 anos e Glaci Schroeder, de 58 anos, o plantar cedo já se tornou algo comum em sua propriedade há décadas. Segundo Dilson, a participação na cultura do fumo já ocorre há 50 anos, o que o faz ter experiência e conhecimento sobre as melhores condições para realizar o plantio do tabaco. Segundo o fumicultor, a última safra teve um resultado muito positivo. Assim como em 2020, Dilson irá plantar 40 mil pés de tabaco. “Na última safra iniciamos o plantio do nosso fumo no final do mês de junho. Neste ano, como estávamos com as mudas já prontas no canteiro, decidimos antecipar o plantio para que no fim do ano o nosso tabaco não seja atingido pelo forte calor”, comenta o agricultor, que comemorou as 420 arrobas que fez com os 40 mil pés.

Acompanhado da esposa nos serviços com a cultura, Dilson conta que apenas a parte da colheita é terceirizada na propriedade, sendo o restante das atividades a cargo do casal, que ainda tem produção de batata, milho, feijão, entre outras culturas para consumo próprio. Ciente dos riscos que a antecipação do plantio pode  oferecer, o vale-solense afirma que as geadas que geralmente caem sobre as mudas não afetam a qualidade do tabaco posteriormente.

Desta forma, Dilson e Glaci têm a expectativa de, no início de setembro, iniciarem a colheita e a finalizarem antes do Natal. “Mesmo com as geadas que atingiam o nosso  fumo nas lavouras, ele geralmente se recuperava bem e logo depois já ficava com peso e cor bonita. Se plantarmos muito tarde, o calor intenso acaba prejudicando as folhas e desvaloriza a qualidade do  nosso produto”, ressalta o agricultor, que afirma já ter plantado cerca de 20 mil pés na primeira semana de junho, pretendendo concluir  o transplante até o dia 15 deste mês. 

Afubra

Conforme o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, ainda não se tem uma estimativa para a safra 2021/2022.  No entanto, após visitas realizadas a 2.228 produtores, foi constatada uma tendência de diminuição em área de 13%, em média, no Sul do Brasil. 

Sobre a safra anterior, o presidente ressalta que os resultados foram considerados positivos. “Na safra 2020/2021 tivemos um clima bom para a cultura do tabaco, com uma boa produtividade e que nos levou a uma estimativa de em torno de 610 mil toneladas”, afirma. 

Em relação à antecipação, Werner afirma que isso se tornará uma tendência nas lavouras. “Tem-se verificado uma antecipação no plantio do tabaco em toda a região Sul do Brasil. Ela está sendo orientada até pelas próprias empresas, que consideram os efeitos danosos causados pelo clima quente e seco (estiagem) – a partir de 20 de dezembro - nas últimas duas safras, que trouxeram um prejuízo muito grande para os produtores em termos de qualidade do tabaco, principalmente na posição de alto meio pé. Para fugir deste risco, que traz um prejuízo muito grande para o produtor, é que se está plantando mais cedo”, conclui o Presidente da Afubra.


Foto: Gabriel Fuelber/Jornal Arauto
Antecipação do plantio já é algo recorrente nas safras do casal vale-solense
Antecipação do plantio já é algo recorrente nas safras do casal vale-solense