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Especial Dia do Trabalho: o amor pela família e pelos negócios impulsionou o crescimento da Baky Alimentos


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 01/05/2021 09:00
Atualizado 01/05/2021 09:06

Geral   PASSADO E PRESENTE

Começar um negócio costuma ser um desafio. Recursos limitados, estrutura e clientela são dificuldades que, através do esforço do trabalho, podem ser superadas, gerando o resultado esperado. A família Back, de Vera Cruz, sabe disso. Com ela há mais de três décadas nasceu a Laticínios Nosso, hoje Baky Alimentos. A empresa - cujos produtos chegam à mesa de mais de um milhão de famílias em diversas regiões do Estado, como metropolitana, Vale do Caí, Centro-Serra e Vales do Rio Pardo e Taquari -, teve a produção de queijo iniciada em um prédio de 40 metros quadrados, localizado nos fundos da casa da família, na rua Carlos Wild, centro da cidade.  

Após o nascimento dos primeiros filhos, Fernando Luís e Carlos Henrique, hoje com 36 e 34 anos, Nelson e Marlene Back viram no pequeno negócio uma oportunidade de garantir a renda da família e ficar de olho nas crianças – já que a mãe também dava aulas na Escola Vera Cruz.

No início, o queijo era produzido a partir do processamento de leite adquirido de apenas um produtor – hoje são mais de 150 parceiros. “Tinha que processar o leite, mas faltava equipamento. Então, pasteurizava em banho-maria. Isso era feito em um tanque de 250 litros e levava mais de uma hora, a mais de 60 graus”, recorda Nelson, ao contar que após dois anos buscaram acelerar a produção. Foi então que, para comprar um pasteurizador elétrico, de 500 litros hora, o casal vendeu um carro comprado através de consórcio. “O equipamento custou R$ 3 mil a mais que o valor do carro”, lembra o patriarca aos risos.  Depois de embalado, Nelson saía a comercializar o queijo em Vera Cruz e Santa Cruz do Sul, oferecendo para quem passava na rua ou em estabelecimentos – em sua maioria pequenos, já que não podiam atender à grande demanda.

PRIMEIROS AVANÇOS

No terceiro ano de trabalho, a família já tinha conseguido aumentar o tanque de leite e fazer uma câmara fria para curar o queijo. Foi neste período que compraram uma embaladora de leite e sacos para armazenar, aumentando a gama de produtos – e os demais filhos, Isabel Maria, Leandro Francisco e Lucas Daniel, hoje com 33, 31 e 28, começaram a participar dos processos produtivos. “A gurizada pegava junto. Enquanto a produção aumentava, eles também cresciam. Lembro que no dia em que começamos a embalar o leite o Lucas fez cinco anos”, revela Marlene. 

Com marcas concorrentes como Dália, Languiru e Parmalat em alta, não foi fácil para o leite produzido pela família ser acreditado nas gôndolas dos mercados. “No primeiro dia em que fui entregar leite um cara me perguntou quantos litros eu ainda ia produzir até desistir de vender. Disse que pelo menos tentaria e se não conseguisse vender, abriria o leite e faria queijo”, recorda Nelson, que assim fez ao longo de seis meses até o dia em que conseguiu comercializar 100 litros, façanha que o motivou ainda mais.  

Com o crescimento, uma nova sede

Por volta de 2003 a empresa foi transferida para Rincão da Serra. Pouco depois, a família passou a morar em um terreno ao lado e, novamente, trabalho e família seguiram lado a lado. Na época, Fernando e Isabel cursavam a graduação, ele Medicina Veterinária e ela Química de Alimentos - enquanto os irmãos estavam na escola e auxiliavam os pais. Depois de formados, retornaram aos negócios. 

Mais que conquistar uma estrutura maior, a família seguiu investindo em equipamentos para, além de acelerar a produção dos laticínios, manter a qualidade dos produtos. “Isso é algo que até hoje acontece na fábrica em Passo do Sobrado. Os equipamentos são trocados sempre que necessário para garantir a qualidade”, frisa o pai. “Junto com a qualidade, uma das coisas que nos fez crescer foi a boa referência que nosso leite tinha. Onde a gente passava, seja Santa Cruz, Vera Cruz, Sinimbu ou Rio Pardo, as pessoas diziam: ‘estamos bem servidos de leite’”, complementa a mãe.

EXPANSÃO PARA PASSO DO SOBRADO

Mais de 10 anos depois de se instalarem em Rincão da Serra, enquanto os filhos se formavam na universidade e constituíam família, decidiram dar um passo adiante. Em 2016 iniciaram o projeto para a construção da fábrica da Baky Alimentos em Passo do Sobrado, que em 2018 já estava em operação, produzindo nata, queijo e ricota. 
Sem perder a essência da produção artesanal, a empresa melhorou processos, qualificou a equipe – hoje conta com 35 colaboradores - e passou a produzir laticínios em escala industrial. Atualmente, o dia a dia da fábrica é acompanhado pelos filhos – enquanto Nelson e Marlene, hoje com 70 e 68 anos, estão afastados em função do risco de contágio da Covid-19. 

Fernando segue com o trabalho junto aos produtores de leite e auxilia na parte de desenvolvimento dos produtos, sempre de olho na legislação. Já Carlos, formado em Administração de Empresas, é quem faz as coisas acontecerem, já que está sempre pensando à frente. Junto a ele, Lucas, formado em Engenharia Elétrica, trabalha na manutenção da empresa, moldando os novos equipamentos para que sejam funcionais, visando a produtividade. Por sua vez, Isabel auxilia no escritório, resolvendo questões ligadas às áreas contábil e fiscal. Luiz Fritzen, noivo de Isabel, atua no gerenciamento de vendas e na logística. Já Leandro, tal como os pais, está afastado das atividades da fábrica por ser do grupo de risco para o coronavírus, mas assim como os irmãos, é um apaixonado pelos negócios da família. 

CONSTANTE EVOLUÇÃO

Assim como aprenderam com os pais, os filhos seguem buscando o crescimento dos negócios, mas principalmente a manutenção da qualidade dos produtos. “Sempre falo que antigamente trabalhávamos de verdade, porque era artesanal, no esforço, com pouco equipamento. Com o tempo e a conquista de novos equipamentos fomos evoluindo, tanto na rapidez dos processos, como na qualidade dos produtos e isso nos deixa muito orgulhosos”, frisa Isabel.

Neste ritmo de trabalho, a Baky Alimentos hoje produz queijo mussarela, ricota e provolone, bem como requeijão e nata. Daqui a alguns meses a ideia é voltar com a produção de bebida láctea e iogurte, e até o fim de 2021, iniciar a produção de queijo lanche e colonial. Mesmo com a mudança para um espaço melhor estruturado, Isabel conta que a honestidade segue como a principal marca da empresa – um dos valiosos ensinamentos dos pais. “Sempre dividimos isso com nossos funcionários, de que não adianta querer tirar vantagem dos clientes, seja em cima do peso ou da qualidade dos produtos, pois o que nos faz crescer é desenvolver os produtos como se fossem pra gente, consumidos pela nossa família”, salienta, ao citar que tanto ela como os irmãos seguem o exemplo que tiveram em casa, acompanhando os pais desde os tempos em que a produção de laticínios era artesanal. 

Assim, aprenderam, acima de tudo, a valorizar o trabalho. “O que tenho a dizer - e isso para meus filhos também - é que o trabalho dignifica. Quanto mais humilde for, mais prazer ele dá”, enfatiza Marlene, que ao lado de Nelson têm imenso orgulho de ver o crescimento do negócio de família.

 


Foto: arquivo pessoal
Desde pequenos, os filhos sempre se envolveram na produção de laticínios
Desde pequenos, os filhos sempre se envolveram na produção de laticínios

Foto: arquivo pessoal
Produção de laticínios iniciou com Nelson e Marlene Back, como opção para ficar mais perto dos filhos
Produção de laticínios iniciou com Nelson e Marlene Back, como opção para ficar mais perto dos filhos

Foto: Jornal Arauto / Taliana Hickmann
Baky Alimentos surgiu a partir do sobrenome da família, Back
Baky Alimentos surgiu a partir do sobrenome da família, Back

Foto: Jornal Arauto / Taliana Hickmann
Nos primeiros anos de produção a empresa se chamava Laticínios Nosso
Nos primeiros anos de produção a empresa se chamava Laticínios Nosso