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Ataque de caturritas em plantação de milho preocupa produtores em Vera Cruz


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 21/03/2021 08:00

Geral   PREJUÍZO NAS LAVOURAS

Além da preocupação com o clima, é comum nas lavouras da região a presença de outro fator que tira o sono dos agricultores: as caturritas. 

Em Linha Fundinho, o técnico agrícola Jeferson Klunk  e sua família sofrem há anos com os ataques destes passáros nas lavouras. Conforme Klunk, os prejúizos não se limitam apenas às lavouras da propriedade da família. “Muitos vizinhos já tiveram perdas devido ao ataque de caturritas. Sempre digo que para uma pequena propriedade, o pouco que  se perde já é muito, pois vai fazer falta no trato dos animais. A cada ano que passa aumenta a população das aves e, junto com isso, os prejuízos também aumentam”, lamenta Klunk.

Na propriedade, as principais lavouras prejudicadas são as que se localizam na proximidade de eucaliptos ou árvores de grande porte, onde se encontram os ninhos das caturritas. Klunk ainda revela que os pássaros preferem o milho quando está indo para a fase final. No entanto, a maior preocupação é depois da floração, quando o milho começa a formação de espiga. “Elas iniciam aos poucos, mas com o passar dos dias só aumentam os bandos. Normalmente ficam em torno de 20 a 30 dias na lavoura. Depois disso, procuram outra área para seguir se alimentando”, ressalta o técnico agrícola, que afirma não encontrar soluções concretas para o problema, já que espantalhos e outros elementos não surtem efeito.

Alternativas

Segundo o engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater RS/Ascar de Vera Cruz, Alberto Evangelho Pinheiro, a estratégia mais viável é planejar o cultivo do milho para períodos em que haja coincidência de diversas lavouras no mesmo ponto de maturação, a fim de aumentar a oferta de alimento para os bandos e dispersá-los, reduzindo a pressão sobre as lavouras em geral. Além disso, Alberto orienta os agricultores em outras situações. “Caso haja um ataque em andamento, o uso de mecanismos sonoros para afugentar os bandos, intercalado com o uso de espantalhos e a presença de pessoas na lavoura pode ajudar a minimizar o problema. Outra alternativa importante é a adesão a mecanismos de seguro rural para as lavouras, de forma a protegê-las”, frisa o extensionista.

Alberto ainda alerta que a caturrita é um animal da fauna nativa e, apesar de não estar em extinção, todos os métodos de controle são regulamentados pelos órgãos ambientais e não devem ser realizados sem autorização.


Foto: Gabriel Fuelber/Jornal Arauto
Jeferson lamenta perda de produtividade e opção será fazer silagem
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Foto: Gabriel Fuelber/Jornal Arauto
Cerca de 50% da espiga fica comprometida com ataques
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