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Com doação de sangue, pets (também) podem salvar vidas


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 16/02/2021 17:52
Atualizado 17/02/2021 11:12

Geral   GESTO NOBRE

A transfusão de sangue não é alternativa apenas para os humanos, já que o procedimento também salva a vida de muitos animais. A vera-cruzense Rosecler Kulmann sabe bem disso. Em maio de 2020, acreditou que fosse perder sua cadela Nina após ela ter uma hemorragia – consequência de um nódulo abaixo da língua, que teve que ser retirado em cirurgia. Pela mesma apreensão passou a santa-cruzense Claudia Ferrugem com a gata Amanda, que em dezembro do ano passado realizou uma cesárea de emergência e teve complicações no pós-operatório, apresentando hemorragia. Nestas situações, as pets receberam transfusão de sangue, o que colaborou para a melhora no quadro clínico e salvou suas vidas. 

Assim como ocorreu com Nina e Amanda, a médica veterinária Bruna Nedel Hermes explica que o procedimento é utilizado em casos extremos, como por exemplo quando o animal apresenta anemia grave, e nos quais os medicamentos não conseguem reverter o quadro do paciente. “Quando o tutor percebe que o animal não está bem e o leva o quanto antes ao veterinário, mais rapidamente o tratamento é feito, e dependendo a anemia não evoluiu para um estágio mais grave, podendo ser evitada a transfusão. Mas às vezes o animal chega aqui e já perdeu muito sangue, não tem forças para levantar. Então, é imprescindível que seja realizada a transfusão sanguínea”, explica Bruna, ao lembrar que no caso de Nina, o procedimento foi fundamental. 

DEPOIS DO SUSTO, A RECUPERAÇÃO

Rosecler conta que um dia, ao acordar, percebeu que Nina estava com a boca sangrando. De imediato pensou que a cadela pudesse ter se machucado ao brincar com os demais animais da família ou tivesse mordido algum material perfurante. Porém, foi quando viu Nina tentar correr e cair de fraqueza que se deu conta da gravidade. 
Quando chegou na clínica veterinária, o animal já não apresentava mais a coloração rosa na gengiva, pelo contrário, estava esbranquiçada – um sinal de que a situação era grave, o que se confirmou a partir de exames.

Para que a transfusão de sangue acontecesse – antes da realização da cirurgia para a retirada do nódulo na língua -, Nina precisou encontrar um doador compatível. “Geralmente o dono é quem procura por um doador, já que não temos um banco de sangue, o que é muito mais comum em grandes centros devido à demanda”, esclarece Bruna. 

Imediatamente, Rosecler conversou com conhecidos, até que um vizinho disse que seu cão, o Campeiro, estava pronto para ajudar. Então, o sangue de Campeiro e de Nina foram coletados para a realização de testes em laboratório – reduzindo em quase zero o risco de reações transfusionais -, que comprovaram a compatibilidade sanguínea entre a receptora e o doador. 

Após nova coleta, o sangue foi transfundido em Nina. “Nossa primeira preocupação foi saber se nada ocorreria com o Campeiro e, no fim, ele ficou super bem. Assim como a Nina, que se salvou graças a este gesto. Hoje, ela ainda tem dificuldades por ter perdido parte da língua, mas já reaprendeu a comer e a abocanhar as coisas. Estamos muito felizes”, completa a tutora. 

MAIS UM FINAL FELIZ

Após pouco mais de três meses, Amanda também está totalmente recuperada e curte a vida como mãe ao lado dos filhotes Milke e Shake. “Quando ela teve a hemorragia, as meninas da clínica intermediaram um doador e correu tudo bem. Agora a Amanda está bem, é uma super mãezona. Foi tudo muito rápido até a transfusão, o que ajudou no processo: em um dia ela precisou de sangue e no outro já tinha um doador disponível”, conclui Cláudia.


Fotos: divulgação
Amanda e Nina, respectivamente, recebendo a transfusão de sangue
Amanda e Nina, respectivamente, recebendo a transfusão de sangue