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Trigo: a bela alternativa no campo


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 29/09/2020 07:02
Atualizado 29/09/2020 07:04

Geral   RURAL

Acolheita da safra experimental de Clair Ferreira Gomes só acontece entre o fim de outubro e início de novembro, mas sua propriedade, em Faxinal de Dentro, Vale do Sol, já está diferente, com a beleza do trigo ganhando espaço no lugar do azevém. A área de 1,7 hectare da soja destinada para a nova cultura representa, neste primeiro ciclo, uma oportunidade para Clair conhecer sobre o trigo, aprender com as dificuldades e avaliar, logo mais, os resultados. Algumas constatações já teve: que o clima com muita chuva prejudicou, era preciso mais sol na época da floração. Neste momento do desenvolvimento, já não pode mais gear, completa ele. Perdas pelo clima deve ter e, apesar da inexperiência, estima que se aproxime dos 10%. Mas o ano é de aprendizado.

O produtor já vê vantagens com a incorporação do trigo em um pedação de terra. Porque nunca foi a intenção lucrar muito na primeira safra, mas acompanhar o desempenho na rotação de culturas na estação do frio, já que o desejo é eliminar o azevém do solo, que estava muito resistente ao herbicida. E essa eliminação do azevém vai acontecendo. O resto, quanto à produtividade dos grãos e os ganhos com a venda, só mais tarde para calcular e avaliar. “Foi assim, devagar e com os pés no chão, que comecei com a soja também”, revela Clair. 

Potencial na região

Em pelo menos cinco municípios próximos há cultivo de trigo, totalizando cerca de 5 mil hectares. Segundo o técnico Josemar Parise, da Emater Regional de Soledade, Rio Pardo, Encruzilhada do Sul e Pantano grande se destacam, mas também há produção em Venâncio Aires e Candelária. O trigo é uma cultura que se adéqua à região, frisa ele, desde que realizados os manejos corretos na adubação, no tratamento fitossanitário e uso da semente de qualidade. Parise estima produtividade média de 45 a 50 sacas por hectare, com potencial para até mais. “Cabe estimular na região”, resume o técnico, considerando o preço favorável, R$ 54 a saca na atualidade, variável de um ano para outro. Além disso, otimiza o uso das máquinas e da terra. Como o trigo é espécie diferente da soja (o primeiro é gramínea e a segunda leguminosa), requer manejos e tratamentos diferentes, o que traz benefícios para o solo, tornando-o mais poroso e favorecendo as culturas de verão, como a soja.


Foto: Carolina Almeida/ Jornal Arauto
Produtor vale-solense resolveu apostar no trigo em parte da área da soja
Produtor vale-solense resolveu apostar no trigo em parte da área da soja