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As origens têm sentido se compartilhadas


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 28/09/2020 10:55
Atualizado 28/09/2020 10:58

Geral   HISTÓRIA

O interesse de Marlise Diehl por história começou na infância, em Rio Pardinho, ao ouvir atentamente o que era contado pelo avô. Mas a estreia como pesquisadora começou em 1986, quando se debruçou sobre a árvore genealógica da família. Formada em Ciências Sociais, com atuação profissional vinculada a instituições religiosas, Marlise foi pouco a pouco avançando na técnica da pesquisa, sempre buscando envolver o contexto histórico de cada descoberta. Logo ela, que teve que repetir a disciplina de História na faculdade, curiosamente se tornou uma historiadora na prática e lançou livros, um deles especialmente focado em sua localidade: “De Picada Nova a Rio Pardinho: o início”.

Foi ao olhar para sua família que Marlise aprofundou o conhecimento sobre a vinda dos imigrantes alemães, pois seu avô foi um deles e se estabeleceu em Rio Pardinho, casou e teve 20 filhos. Foi pela região de Linha Santa Cruz que os colonizadores europeus se instalaram no município e em suas pesquisas, mais do que relatos orais, Marlise sempre buscou documentos no Arquivo Público e Histórico de Porto Alegre para fundamentar seu trabalho. Com domínio do idioma alemão, a pesquisa se estendeu a muitas leituras estrangeiras.

O fascínio pelas origens reforça a importância que a santa-cruzense dá para a preservação. “Quem não sabe de onde vem, não sabe para onde vai”, resume. Marlise sabe bem de onde é.  A casa onde vive é de 1870, erguida por imigrante alemão e herdada pelos pais dela. Na mesma área, uma moradia construída por volta de 1860, em estilo enxaimel, está preservada. Marlise diria, aliás, que tem um mini museu na propriedade, com móveis e peças das mais diversas. Guarda curiosidades como as minúsculas placas de carroça com tração animal, de 1933 a 1948. Aliás, também há documentos de taxas de tráfego da carroça, de 1929, o IPVA de hoje, diverte-se Marlise. Para ela, hoje em dia todos têm a facilidade de buscar informação instantânea de qualquer lugar do mundo, mas muitos têm a dificuldade de se conectar com o que aconteceu, como chegaram até ali. “De nada adianta fazer pesquisas e ficar para mim, por isso compartilho em livro”, destaca ela, ao multiplicar conhecimento.


Foto: Carolina Almeida / Jornal Arauto
O fascínio pelas origens reforça a importância que a santa-cruzense Marlise Diehl dá para a preservação
O fascínio pelas origens reforça a importância que a santa-cruzense Marlise Diehl dá para a preservação