compartilhe >>

Área de soja aumenta 100 hectares em Vera Cruz


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 15/09/2020 07:05
Atualizado 15/09/2020 09:28

Geral   AGRICULTURA

Após um início de ano com severa estiagem, a agricultura gaúcha parece estar se recuperando. É o que apontam os dados elaborados pela Emater/RS-Ascar e divulgados na última semana. O levantamento indica a segunda maior safra dos principais grãos de verão: soja, arroz, milho e feijão, da história do Rio Grande do Sul, atingindo 32,5 milhões de toneladas. A maior safra do Estado foi registrada em 2017, com mais de 33,6 milhões de toneladas de grãos colhidos.

Embora a estimativa levantada pelo órgão seja de crescimento, a região deve continuar com a média de área e produtividade do ano passado. Segundo os extensionistas da Emater de Vera Cruz, Santa Cruz do Sul e Vale do Sol, os municípios não devem projetar aumento considerável nas áreas de cultivo. Para o engenheiro agrônomo, Assilo Martins Corrêa Jr, os números em Santa Cruz não refletem o esperado no Estado, visto que a produção permanece estabilizada. O mesmo acontece em Vale do Sol. O extensionista Dagoberto Antunes diz que o município também não deve registrar a ampliação das culturas e que o crescimento será mais visível em cidades do sul do Estado.

SOJA EXPANDE EM VERA CRUZ  

Os dados estaduais expõem ainda que a soja tem a expectativa de maior aumento na produção - cerca de 68,8% - e de 65,7% na produtividade em relação à última safra, proporcionando uma colheita de cerca de 19 milhões de toneladas. Mesmo que Vera Cruz não registre aumento expressivo nas lavouras de arroz e milho, a soja vai em contrapartida. Segundo o extensionista rural da Emater, Bruno Flores, a área plantada passou de 600 para 700 hectares. “Os agricultores vera-cruzenses esperam colher cerca de 2,7 toneladas de soja em 2021”, assegura Flores.

Esse acréscimo, segundo o profissional, reflete a procura dos produtores em diversificar a propriedade familiar, optando por novas semeares e agregando renda à família. Foi o que fez o agricultor Celso Fischborn Junior, morador de Linha Sítio, no interior de Vera Cruz. Celso arrenda terras em Linha Sítio e em Linha Henrique D’Ávila para o plantio de fumo e soja, totalizando uma área de 45 hectares. Segundo ele, os planos são de aumentar a plantação de soja para as próximas safras, desvencilhando cada vez mais do tabaco, uma cultura que, segundo ele, exige mais  esforço. “Para o próximo ano, pretendo investir mais no grão, é mais fácil e tranquilo. A dificuldade é de encontrar propriedades para serem arrendadas no interior. Se conseguir achar, com certeza aumentarei o plantio”, ressalta.

A falta de lugares para intensificar as lavouras no interior acontece pelo crescimento das cidades para as localidades fora da área urbana, considera o agricultor. Por isso, ele arrenda terras em dois locais diferentes. “Onde eu conseguir uma terra e se for de tamanho apropriado, estarei plantando”, salienta Celso, que divide os maquinários entre a sua casa e a de seu pai. Ele arremata que a supersafra é um estímulo para continuar cultivando a soja. “Por causa da estiagem e, logo em seguida, a pandemia, ficamos com receio. Agora, a expectativa é grande para a colheita de verão”, afirma o produtor.


Foto Taliana Hickmann/Jornal Arauto
Celso já está nos preparativos para o plantio de soja em outubro
Celso já está nos preparativos para o plantio de soja em outubro