Com a alta no preço da carne bovina, devido ao aumento da exportação por parte do mercado asiático, uma alternativa mais rentável para o consumo do produto pode estar em outros tipos de proteína. Frango e suíno podem ser alternativas para quem não dispensa o consumo de carne durante as refeições. No entanto, os dois produtos também podem sofrer altas nos próximos dias devido à lei de oferta e procura e uma pressão do mercado para que não haja falta dos produtos nas prateleiras.
O doutor em Economia e professor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Silvio Cezar Arend, explica que o efeito de substituição dos produtos pode gerar um consumo maior e aumentar o preço dos produtos nas prateleiras. “O aumento da demanda pela carne de porco e frango, em caso de escassez de ofertas dos produtos, vai pressionar o mercado para um aumento de preços, mas isso se os produtores não tiverem condições de ofertar os produtos em quantidade suficiente para a demanda de consumo", explica.
Silvio Arend ainda esclarece que se o mercado tiver condições de oferecer quantidades suficientes para abastecer o mercado consumidor, o aumento de preços não será sentido. “Isso depende muito do tamanho do deslocamento de consumo da carne de gado para os outros tipos de proteína. Se as famílias optarem por consumir menos carne de uma maneira geral e não procurar outras alternativas e as indústrias e produtores tiverem condições de ofertar maiores quantidades, o aumento de preço não será sentido pelo consumidor final", ressalta.
De acordo com dados divulgados nessa quinta-feira (12) pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a produção de carne de frango no país deve chegar a 13,1 milhões de toneladas em 2019. O aumento é de 2,3% a mais do que no ano passado. No caso da carne suína, a produção deve chegar a 4,1 milhões de toneladas neste ano, o que corresponde a um crescimento de 2,5%. Os dados mostram ainda que a produção de ovos deve totalizar 49 bilhões de unidades em 2019, 10% a mais do que em 2018. Houve alta na exportação de carne e queda no caso dos ovos em relação ao ano passado.
O presidente da ABPA, Francisco Turra, garantiu, no entanto que, mesmo com a demanda externa crescendo, não haverá desabastecimento do mercado interno, porque 70% da produção de aves e 80% da produção de suínos fica no Brasil.
