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Saúde se mobiliza na prevenção contra a leishmaniose em Santa Cruz


Publicado 13/08/2019 14:20
Atualizado 13/08/2019 17:22

Geral   EM ALERTA

Santa Cruz do Sul teve três casos suspeitos de leishmaniose em humanos, todos já descartados, em moradores dos bairros Aliança, Avenida e centro. Um deles iniciou o tratamento, mas em virtude de outras comorbidades, não resistiu. Mesmo sem nenhum caso confirmado em humanos, o Município realiza ações para deixar a comunidade em alerta e evitar a doença. No que diz respeito aos cães, 11 cachorros foram diagnosticados com a doença nos bairros Arroio Grande, Ana Nery, Bom Jesus, Belvedere, Higienópolis, Renascença, Progresso, Margarida e Santo Inácio.

Segundo o secretário de Saúde, Régis de Oliveira Júnior, em forma de prevenção foram compradas 400 coleiras que protegem o animal por seis meses, pois o material funciona como um repelente para o mosquito. Também serão disponibilizados testes rápidos para famílias carentes que possuem animais. O secretário explica que a leishmaniose não é uma doença contagiosa, pois é transmitida pela fêmea do mosquisto palha. O cachorro, por exemplo, é hospedeiro da doença, mas não transmite para outra pessoa. "É necessário que a fêmea do mosquito pique o cachorro e então pique o ser humano para que ocorra a transmissão", acrescenta. 

Como medida de segurança, segundo Régis, sempre que um animal apresentar alguns dos sintomas relacionados da doença, deve colocar uma coleira. A orientação é de que a coleira seja usada em todos os cães da cidade como forma de proteção. Em caso do animal apresentar sintomas, após o uso da coleira, é feito um exame de sangue para se ter a confirmação. Esses exames são submetidos à Vigilância Estadual e em um prazo de 30 dias o resultado chega. Não há cura para a doença em caso de animais, apenas os mesmos precisam iniciar um tratamento. Da mesma forma que foi feito no combate à dengue, o Município estabeleceu uma área de bloqueio onde entram em ação os agentes comunitários de endemias. 

EM NÚMEROS

Em 2017, Santa Cruz registrou seis casos suspeitos no município envolvendo humanos, enquanto que em 2018 não ocorreram notificações e em 2019 foram três, os quais foram descartadas. O município tem confirmado, apenas em 2019, 11 animais com leishmaniose oriundos dos bairros Bom Jesus (1), Higienópolis (1), Belvedere (1), Renascença (2), Progresso (1), Ana Nery (1), Margarida (2), Santo Inácio (1) e Arroio Grande (1). Da mesma forma que foi feito no combate à dengue, o Município estabeleceu uma área de bloqueio onde entram em ação os agentes comunitários de endemias. Quando for chamada a Vigilância Sanitária para fazer o teste rápido, o animal também será microchipado. Nos últimos 15 anos, o país teve 40 mil casos da doença. 

ENTENDA

Leishmaniose é uma doença infecciosa provocada por parasitas do gênero Leishmania, presentes em todos os continentes, com exceção da Austrália e Antártica, tendo já sido identificadas mais de 20 espécies. A transmissão da doença se dá através da picada de um inseto, conhecido popularmente como mosquito palha, tatuquira, birigui, cangalhinha, asa branca, asa dura e palhinha. O mosquito transmite a leishmania após ter picado um animal infectado, normalmente animais silvestres, embora já há descrição de cães domésticos infectados. Não existe transmissão de pessoa para pessoa ou animal para animal.

A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado.

SINTOMAS EM HUMANOS

Febre irregular, prolongada;
Anemia;
Indisposição;
Palidez da pele e ou das mucosas;
Falta de apetite;
Perda de peso;
Inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço.

SINTOMAS EM ANIMAIS

Os sintomas da leishmaniose visceral canina são diversos. Entre os sinais externos, são bem características as lesões, descamação e coloração branca prateada na pele. Nas patas, pode ocorrer infecção (pododermatite), pele grosseira por excesso de produção da queratina (hiperqueratose dos coxins) e unhas espessas e em formato de garras (onicogrifose).


Foto: Kethlin Meurer/ Portal Arauto
Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, secretário de Saúde destacou que o Município está mobilizado
Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, secretário de Saúde destacou que o Município está mobilizado