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Canguçu sedia a abertura da colheita do tabaco


Fonte: Grupo Arauto
Publicado 06/12/2018 13:50
Atualizado 06/12/2018 15:47

Geral   SAFRA

A cidade de Canguçu é a que mais produz tabaco. São 5.502 famílias que se dedicam à cultura. Uma delas é a de Renato Bohm Blank, que sedia a Abertura da Colheita do Tabaco desta safra, evento que ocorreu na tarde desta quinta-feira (6). Embora a região do Vale do Rio Pardo já esteja em plena colheita, em Canguçu, o início se deu há duas semanas. É o segundo ano da realização da abertura da colheita da cultura, numa organização da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), junto com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), SindiTabaco e Prefeitura de Canguçu. 

A propriedade escolhida para sediar o evento tem 19 hectares. Pouco mais de cinco são destinadas à cultura do tabaco. Ao todo, 95 mil pés de fumo foram plantados nesta safra. O casal, Renato e Patrícia, administra o plantio sozinho. Contam apenas com a ajuda de mais familiares para a colheita. Segundo eles, o convite surgiu há cerca de 20 dias. "Foi uma correria pra deixar tudo pronto", fala Patrícia.

Apesar de a região produzir muito tabaco, as indústrias para as quais o produto é comercializado ficam no Vale do Rio Pardo. A família Blank, por exemplo, vende para a Souza Cruz. Por safra, vai de seis a oito vezes até Santa Cruz acompanhar a venda.

O secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Odacir Klein, diz que as pessoa têm uma desinformada resistência com a cultura do tabaco. "No governo Rigotto, quando fui também secretário, criamos mecanismos para estimular o plantio de outras culturas durante a entressafra. Mas o governo sempre deixou claro que o tabaco é uma atividade econômica importante, geradora de renda, emprego e que tem mercado internacional. Pode ter restrições ao consumo, mas o governo sempre viu como algo a ser estimulado", fala. 

Autoridades presentes

O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, destacou a qualidade do tabaco, um produto limpo. Embora reconheça que o tabaco está em decréscimo, sobretudo pelas ações antitabagistas, projeta continuidade da cultura e de uma maneira forte.

O engenheiro agrônomo da Afubra, Marco Antonio Dornelles, destacou que são 150 mil produtores nos três estados do Sul. "São diversos os programas desenvolvidos com as companhias de tabacos, Afubra, parceria com os municípios, Emater e Estado, como por exemplo o Crescer Legal, o Verde é Vida, que mostram o quanto a propriedade também produz alimento. E quero agradecer o Estado por incluir o tabaco no hall de culturas importantes do governo." 

O deputado federal eleito, Marcelo Moraes, fala que o tabaco não pode se acabar, pois é ele que movimenta todo o comércio. Cita dessa preocupação e diz que os políticos precisam defender mais a cadeia produtiva. Hoje, está pequena a defesa. "São 40 mil famílias que dependem do emprego na indústria em tabaco, sem falar os indiretamente. Nos preocupa como ficaria o emprego gerado na cidade, o dinheiro que sai na lavoura vai parar no posto de gasolina, nas lojas, nos mercados, são totalmente dependentes da cultura."

O senador eleito, Luiz Carlos Heinze, comentou que vem de Candelária, que também depende do tabaco, por isso defende a cultura. Pergunta aos produtores qual cultura, o milho, arroz, entre outras, vai dar a renda que dá o tabaco? Atua na atividade há mais de 40 anos, sabe da dificuldade e vai continuar agora defendendo no senado federal.

O prefeito de Canguçu, Marcus Vinícius Müller Pegoraro, lembrou que o tabaco foi o que alavancou a economia do município. "Há anos, R$ 8 milhões era o orçamento. Este ano ele está em R$ 139 milhões. E a projeção para 2019 é R$ 160 milhões. Então, o fumo é o que movimenta aqui", ressalta.