Era noite de terça-feira, 16 de janeiro, quando a força do vento conseguiu derrubar uma árvore sobre o chalé em que viviam Cristina Carvalho, o marido Cristiano Silveira, e as duas filhas, Eloá, de 12 anos, e Heloísa, de 4 anos, em Alto Rio Pardense. Com o temporal, quebrou o telhado, as paredes, molhou tudo, declarara a fumicultora ao contabilizar os danos após o ocorrido. Algumas cenas Cristina jamais vai esquecer. Uma delas é dos gritos da filha caçula dentro da casa quando tudo aconteceu. Cristina estava fora e não conseguia entrar, a porta havia emperrado e a menina Heloísa estava aos prantos, gritando. Quando conseguiu abrir e tirá-la a salvo, o alívio. E outra cena inesquecível é de cada gesto de ajuda que a família recebeu e está até hoje recebendo. A família conseguiu erguer a parte principal da casa depois de aproveitar duas paredes que ficaram em pé, e nove dias depois do temporal já estava morando dentro de novo. Ainda falta uma área que havia na frente e a garagem. Mas o que foi reconstruído, boa parte teve a ajuda da comunidade. Dos cerca de R$ 14 mil empregados na obra, aproximadamente R$ 8 mil são fruto de doação.
Para concluir a moradia, a família ainda conta com a solidariedade para doações de material de construção ou valores para que consiga comprá-lo. “Algumas coisas conseguimos recuperar das nossas, algumas ganhamos. Falta louça, utensílios de cozinha como pratos e copos que quebraram, pois a cozinha foi a parte mais afetada e o quarto da nossa filha. Não conseguimos cama pras gurias ainda”, explica Cristina. Doações por Pix são aceitas na chave celular (51) 995821041.
No dia seguinte ao temporal que destruiu a residência, a família retirou os entulhos na parte da manhã e na parte da tarde tratou de buscar materiais que ganhou, inclusive um vale-compras para gastar em uma loja. Por isso, começaram a reconstrução imediatamente. “Quando terminamos de retirar os entulhos já era hora do almoço, e tinha umas 10 pessoas ajudando. Quando aprontamos eu e meu marido nos olhamos e falamos: e agora, como vamos recomeçar? Foi aí que surgiu a ideia de botar no Facebook e nos grupos de WhatsApp. Questão de meia hora veio este vale-compras. Daí acendeu uma luz no fim do túnel. Tinha dias que tinha 9, 10 homens na obra ajudando. Entre vizinhos, amigos e familiares”, conta.
Com a ajuda que ainda é bem-vinda, a família pretende fazer a área e a garagem, “que no momento não temos mais recursos pra fazer, pois gastamos todo dinheiro que tínhamos guardado e até o dinheiro que nossa filha ganhou na primeira comunhão e estava guardado”, confessa Cristina. “Ficamos imensamente felizes e gratos pelo que já ganhamos, por todo tipo de ajuda. Claro que se nós ganharmos mais vai ser muito bem-vinda, mas estamos felizes por poder voltar para nossa casa novamente”, arremata.