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PIM tem encontro regional


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 02/04/2023 12:00

Geral   SAÚDE

Ocorreu na manhã e tarde de quinta-feira, dia 30, o Encontro Regional do Primeira Infância Melhor (PIM). O evento, realizado no salão de festas do Clube Vera Cruz, promoveu debates relacionados aos desafios do Rio Grande do Sul em relação às crianças, palestras sobre saúde mental, compartilhamento de experiências e falas de representantes dos municípios de Gramado Xavier, Passo do Sobrado, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Vera Cruz.

Situação delicada

A coordenadora estadual do PIM, Carolina Drügg, fez uma palestra pela manhã, trazendo um panorama sobre a primeira infância no Rio Grande do Sul. 

Dentre os dados trazidos por Carolina, destaca-se o número de crianças menores de seis anos no Estado: 681.608, com informação baseada em estimativa do IBGE de 2018. Destas, 24% vivem em situação de pobreza e 3,7% em extrema pobreza. Foram 115 óbitos maternos em 2021, com 80,4% ocorrendo no período de puerpério, sendo que apenas 23% das vítimas realizaram seis ou mais consultas de pré-natal. Em 2022, ainda com dados preliminares, foram cerca de 36 mortes maternas a cada 100 mil nascimentos. Ainda, em 2021 a mortalidade infantil foi de 9,57 para mil habitantes, com 74,6% ocorrendo nos primeiros 28 dias de vida da criança. Em 2022, a situação piora, indo para 10,8 óbitos.

Outros dados preocupantes levantados pela coordenadora são os partos prematuros, que no Rio Grande do Sul ocorrem em 12,2% das vezes, acima da média mundial, que é 10%. A violência contra crianças também foi debatida. São registrados 27 casos de violência doméstica contra crianças e adolescentes por dia, com 25% sendo de violência sexual. “A maioria dos casos ocorrem dentro de casa”, frisou Carolina.

Buscando soluções

A palestrante apresentou, então, as áreas de atuação do PIM no combate destes problemas nas diferentes partes do início da infância. No pré-natal, há a captação de gestantes, realizado através da indicação, principalmente, dos agentes de saúde, vinculação delas à rede de serviços, reforço das prescrições em saúde, reconhecimento de situações que afetam a evolução da gestação, qualificação da atenção em complementariedade as ações da Atenção Primária à Saúde, promoção de uma abordagem que considera os aspectos sociais e de saúde mental, fortalecimento das competências familiares e promoção dos vínculos afetivos. 

Já no parto e no nascimento, o PIM atua empoderando as gestantes e famílias em relação aos seus direitos, os prepara para o momento do parto e nascimento e esclarece as questões físicas e emocionais que caracterizam o período de puerpério. 

Carolina ainda aproveitou o momento para divulgar que o Primeira Infância Melhor abriu um edital de adesão e ampliação, com 2.114 vagas para gestantes e crianças. Há R$ 1.656.720,00 de orçamento disponível.

A coordenadora disponibilizou um momentos para que o público pudesse interagir entre si, pedindo para que cada um iniciasse uma roda de conversa com uma pessoa de outro município e que já não fosse conhecida, como forma de ampliar a união em torno do projeto.

 


Foto: Jornal Arauto / Guilherme Bender
Carolina Drügg problematizou a atuação dos governos em relação a atenção primária
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