Passada quase uma década do desaparecimento, os moradores e funcionários mais antigos de Cambará do Sul ainda lembram do movimento das forças policiais que atuaram nas buscas de Marcelo Luiz Kist. O homem, que era mecânico, está desaparecido há nove anos. O venâncio-airense foi visto pela última vez, em 27 de julho de 2013, no Parque Nacional da Serra Geral.
Na sexta-feira, no dia 26, depois do trabalho, Marcelo arrumou a mochila e disse aos familiares que faria uma viagem de motocicleta, em um trajeto que percorreria Serra Gaúcha e litoral norte do Rio Grande do Sul. Poucas horas mais tarde, durante a noite, ligou para o irmão e avisou que estava se deslocando para Cambará do Sul e que desejava ver o sol nascer na região que atrai turistas por conta das belas paisagens.
No dia seguinte, o jovem foi até a região central do município e fez um lanche. No início da tarde, retornou para o Parque Nacional da Serra Geral. A moto ficou no estacionamento e os itens que estavam com ele, como carteira, agasalhos e capacetes, foram entregues para o vigia. O combinado é que os objetos seriam retirados quando ele voltasse do passeio. O único item que Marcelo levou, uma mochila, foi encontrada por um casal a cerca de dois metros de um cânion.
Proprietário de uma pousada, Jairo Fernandes é o gestor de uma rádio em Cambará do Sul e relembrou o caso. “Ficou aquele comentário na cidade. O pessoal se perguntava o que houve com ele”, expressou. Uma das suspeitas da comunidade na época, segundo o empresário, era de que Marcelo tivesse seguido em direção à Praia Grande, município de Santa Catarina que fica a poucos quilômetros de distância.
Na entrevista, Jairo Fernandes lembrou de outros episódios registrados nos últimos anos e que fazem parte da história de Cambará do Sul. “São desaparecimentos que se confundem com a história do Cânion do Itaibezinho e do Fortaleza”, falou. O Parque Nacional da Serra Geral tem uma área de 10.250 hectares e se estende de Cambará do Sul até parte da serra catarinense, em Urubici.