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Registro de golpes virtuais teve crescimento durante a pandemia


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 15/06/2022 07:00

Geral   ESTELIONATO

O golpe da falsa venda de produtos pelo Instagram segue sendo um dos mais praticados quando o assunto é crimes cibernéticos. O roubo de identidade é prática comum dos golpistas, que encontram um terreno fértil para explorar muitas possibilidades on-line. Brenda Dacroce, estudante de Psicologia em Santa Cruz do Sul, foi vítima de um golpe no último mês, realizado na rede social.

A estudante conta que a origem do golpe foi através de uma promoção que viu em um story. “Eu vi um sorteio no Instagram e precisava de alguns dados cadastrais para a participação. A promessa para o vencedor era de uma diária de um hotel na Serra Gaúcha. Eu mandei nome completo, telefone e e-mail. Depois disso, recebi um link de confirmação”, explica. 

Depois de invadir o perfil de uma vítima, os golpistas usaram iscas para tentar ganhar dinheiro: eles fizeram stories se passando pela dona da conta, anunciando produtos abaixo do preço de mercado, geralmente com pagamento via Pix. No caso de Brenda, houve divulgação de venda de móveis, supostamente com o intuito de ajudar um casal de amigos. 

Após perceber que havia sido vítima de um golpe, Brenda comentou que temeu pelo tipo de conteúdo que poderia aparecer em suas redes. “Óbvio que além de alguém ser lesado financeiramente, eu tinha muito medo que postassem xingamentos, conteúdos eróticos e posicionamentos que não condizem com o que penso. Quando vi que era venda de produtos, tentei alertar os conhecidos o mais rápido possível. Muitos já têm ciência de como os golpes funcionam, mas sempre tem quem caia e acaba comprando. Fiquei dois dias tentando recuperar o acesso da conta, e isso foi bem desgastante”, relata.

Cada vez mais frequente

A delegada da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Santa Cruz do Sul (DPPA), Raquel Schneider, menciona que a abordagem em relação aos golpes é muito comum. “Estamos dentro da delegacia vendo isso acontecer o tempo todo, os registros são feitos ali na DPPA e depois vão para investigação. Todos somos vítimas em potencial, temos que aprender a não cair porque os oportunistas estão aí”, alertou.

Ela chama atenção para o apelo do ganho financeiro que acaba sendo o chamarisco para vítimas em potencial. “Não existe dinheiro fácil, temos que ser mais espertos”, disse. Outra questão é a utilização da internet para os mais diversos tipos de transação. “Por consequência, os golpes também aumentaram no ambiente virtual, então temos que aprender a usar a tecnologia sem sermos passados pra trás”, disse.

De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), durante a pandemia houve um aumento de 70% em golpes virtuais, principalmente em tentativas de e-mails com vírus e links que levam a sites falsos para obter informações como senhas, números de cartões de crédito, informações pessoais e outros dados.

Golpes mais comuns

O golpe do boleto falso vem sendo o tipo mais comum de fraude no Brasil. Normalmente, os criminosos elaboram um boleto falso contendo todos os dados da vítima, e se passam por uma empresa de cobrança real. A conta pode ser um financiamento, serviços como telefone, ou pagamentos de compras de produtos.

Outro golpe bastante relatado é o recebido via SMS. Nele, a vítima recebe mensagens pedindo atualização de cadastro de lojas, por exemplo, geralmente com um link que redireciona para páginas falsas que visam coletar os dados de acesso da pessoa.

Já no golpe do emprego, o fraudador cria páginas falsas anunciando vagas, mas solicita que a vítima realize um cadastro e que pague um valor para acessar às oportunidades. Com isso, além deles terem acesso aos dados pessoais das vítimas, ainda tiram dinheiro com supostas promessas de trabalho. 

No golpe do perfil falso, ele se divide em duas situações: golpistas se passando por contas de lojas, onde vendem os produtos que não são entregues. Nesse caso, a vítima fica no prejuízo e não recebe as compras; e quando se passam por pessoas e simulam relacionamentos virtuais.  Eles encontram um alvo e começam a ganhar confiança. Após estreitarem relações, começam a relatar problemas e dificuldades financeiras, pedindo dinheiro para cobrir despesas. 

Dicas para não cair em golpes

  • Estar atento a links enviados por e-mail e SMS desconhecidos e não clicar em mensagens estranhas.
  • Ligar em caso de dúvida ao receber mensagens de estabelecimentos comerciais.
  • Desconfiar de promoções e descontos e evitar divulgar dados em sites desconhecidos.
  • Ter ciência de que o banco não manda e-mail e procurar não cadastrar cartões de crédito em sites de comércio.
  • Em caso de investimentos, não acreditar em retorno financeiro garantido, pois todo investimento tem risco.

Foto: Arquivo Arauto
Pelo Instagram, golpistas invadem contas e anunciam produtos com preços chamativos
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