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Eduardo Leite anuncia pré-candidatura ao Governo do Estado


Fonte: Gaúcha ZH e Portal Arauto
Publicado 13/06/2022 13:40
Atualizado 13/06/2022 14:46

Política   ELEIÇÕES 2022

Ocorreu na tarde desta segunda-feira (13), na sede estadual do PSDB, em Porto Alegre, o lançamento da pré-candidatura de Eduardo Leite (PSDB) para disputar o Governo do Rio Grande do Sul. O ex-governador renunciou ao cargo em março deste ano para tentar concorrer ao Governo Federal pelo partido, mas foi derrotado nas prévias do PSDB por João Doria.

Com Leite na disputa das urnas gaúchas, o governador Ranolfo Vieira Júnior, que era o candidato do partido para a sucessão, abriu mão da disputa em nome da continuidade do projeto. A avaliação política é de que a candidatura de Leite acaba se impondo por ele ter maior envergadura política e eleitoral, conforme demonstram as pesquisas realizadas até o momento.

Confira nota na íntegra:

Comunico hoje, aos gaúchos e gaúchas, que sou pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul.

Esta é uma decisão coletiva do meu partido. Mas, sobretudo, é uma decisão tomada ao lado e junto com o governador Ranolfo, como foram todas as outras decisões que tomamos nos quatro anos do nosso governo. Ranolfo não é apenas leal, mas é comprometido, tanto quanto eu, com o projeto que idealizamos e construímos juntos, e para o qual continuamos unidos para levá-lo ainda mais longe.

Comecei a amadurecer a possibilidade de disputar um novo mandato em janeiro deste ano, a partir de conversas que mostravam a dificuldade de mantermos nossa base unida em torno de outra candidatura. A própria imprensa noticiou apelos de lideranças políticas, sociais e empresariais pedindo para que eu reconsiderasse minha decisão de não disputar a reeleição. Pesquisas mostravam riscos para a continuidade do projeto que representamos. E até adversários, com posições populistas, me fizeram entender que deveria colocar o coletivo na frente do individual, e que era preciso ouvir outras vozes e não somente a minha.

No entanto, a decisão final de concorrer foi postergada até agora porque a nenhum de nós, neste momento do país, é dado o direito de não olharmos para o Brasil. O cenário nacional de polarização indesejada exigiu de nós o desprendimento e a coragem para tentarmos construir uma alternativa. E é claro que, como governador de um estado importante, eu não poderia deixar de participar, assim como outros fizeram. O ex-governador João Doria renunciou para se colocar à disposição, eu renunciei para me colocar à disposição aqui ou lá, o Cidadania desistiu de ter candidato e o próprio PSDB abriu mão da cabeça de chapa para termos, hoje, uma candidatura única da terceira via, numa construção demorada, complexa e inédita na história do país. Fico feliz de ter dado minha contribuição, ainda que pequena e muitas vezes incompreendida, para que tivéssemos hoje esta união de esforços do centro democrático.

Agora, na medida em que finalmente essa união aconteceu, e eu sempre disse que não seria empecilho a ela, foi também a renúncia que me deixou mais confortável para disputar um novo mandato, fora do cargo, fora do poder e sem contaminar a máquina pública. O Brasil deu exemplos de que a reeleição no cargo não é bom caminho, e o mensalão e o orçamento secreto estão aí para provar. Mas o Rio Grande, mais uma vez, dá exemplo de que é legítimo, possível e benéfico separar governo e eleição, governador e candidato, sem usar instrumentos do poder para conquistar votos ou negociar alianças e apoios. Assim como fiz em Pelotas, quando fiquei no governo e minha vice foi disputar a eleição, agora sou eu que disputo a eleição, e meu vice está sendo o excelente governador que se provou desde que assumiu, em 31 de março deste ano. Estar fora do cargo é a única maneira em que eu aceitaria disputar a reeleição. Mudei de opinião, mas não mudei de princípios. Por isso disse tantas vezes que a renúncia me abria todas as possibilidades e não me retirava nenhuma.

Uma das possibilidades era disputar o governo do Rio Grande, com orgulho e responsabilidade, e aqui estou. Porque olhando para o que fizemos, e para os riscos de pararmos no meio do caminho, não tenho como não me apresentar para esta luta. Me sinto responsável pelos erros e, junto com tantos outros, de diferentes partidos, também pelos acertos. E agora é preciso dar o direito da população do Rio Grande para que ela faça seu julgamento e sua escolha.

Neste momento, quero encerrar dizendo que o Governo Eduardo Leite não foi feito pelo Eduardo Leite. Foi feito por centenas de mãos de dezenas de partidos políticos, no executivo ou na Assembleia Legislativa. É justo que agora estejamos unidos novamente, dando a cada um o legítimo e necessário protagonismo que tiveram nestes quatro anos, pois sem eles não teríamos virado o jogo e recolocado o Estado no caminho de sermos um só Rio Grande de paz, equilíbrio fiscal, crescimento, desenvolvimento e justiça social.

Promovemos reformas, governamos com responsabilidade, colocamos salários e compromissos em dia e retomamos a capacidade de investimentos em todas as áreas. Isso não é obra apenas do PSDB, mas de todos que estiveram conosco, que construíram políticas públicas ou aprovaram projetos na Assembleia. Vou conversar com cada um dos partidos para que possamos caminhar juntos, nesta estrada que abrimos e que agora pode nos levar mais longe, a caminho de um futuro melhor para todos.

O que fizemos nestes quatro anos fizemos juntos, governo e sociedade. Estou aqui hoje com a humildade de quem sabe ter nas mãos uma pequena parte desta obra. Mas, também, com a serenidade de saber que é uma parte importante, que me torna responsável para não abandonar o jogo enquanto ele ainda não terminou.

O que é necessário fazer, o que iremos fazer, temos que continuar fazendo juntos. E é por isso que estou aqui de novo, para dar os gaúchos e gaúchas a chance de decidirem se devemos continuar o que todos nós já começamos.

Muito obrigado.
Eduardo Leite Ex-Governador do Rio Grande do Sul


Foto: Divulgação/Governo do Estado RS
Anúncio da candidatura ocorreu nesta segunda
Anúncio da candidatura ocorreu nesta segunda