compartilhe >>

"A minoria é que realmente se preocupa e cuida pra evitar a proliferação do mosquito”, diz coordenador da Vigilância


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 10/05/2022 11:00
Atualizado 10/05/2022 11:06

Geral   BEM COLETIVO

O outono chuvoso - com grande volume de chuvas registrado na semana passada e previsão de precipitações novamente para esta terça-feira, dia 10 - pode ser um “prato cheio” para os criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya, se o acúmulo de água parada não for eliminado em vasos de plantas, pneus, lajes e calhas, entre outros recipientes. O tema de casa é seguido à risca pelo casal Ilvo Tech, de 60 anos, e Martha Jost, de 58, que basta a chuva cessar, já fica de olho no pátio de casa e da área verde em frente à residência no bairro Esmeralda, em Vera Cruz. “Fazemos pelo bem coletivo. A gente sempre acha que não vai acontecer conosco ou alguém próximo, mas todos podem estar à mercê do mosquito se não evitarmos os focos”, enfatizam. A importância dos cuidados já não é novidade à população, ainda mais com o alerta máximo para o aumento de casos da doença em todo o Estado, o que preocupa também na região, então, por que Ilvo e Martha ainda são a exceção e não a regra?

“É uma pena, mas é isso que acontece. A minoria é que realmente se preocupa e cuida pra evitar a proliferação do mosquito”, sublinha o coordenador da Vigilância Sanitária, André Sant’Anna. 

Ainda que em um “trabalho de formiguinhas”, Ilvo e Martha se orgulham em fazer a sua parte. No dia a dia, eles removem a água empoçada nas bromélias, cultivadas em vasos no jardim, e evitam manter recipientes na parte de baixo dos vasos de plantas para não acumular água. Além disso, os ralos espalhados pelo pátio, que drenam a água da chuva, recebem constantemente quantidade de cloro, certificando-se de que ali o Aedes não vai se criar. “É algo muito natural da nossa rotina, aprendemos em casa, com nossos pais. Também temos um movimento coletivo aqui na rua, em que os moradores mantém limpa a área verde aqui em frente, sempre retirando plásticos e outros recipientes que possam acumular água da chuva“, conta Ilvo, que junto à esposa mantém os cuidados o ano inteiro.  

EM ALERTA

Vera Cruz contabiliza dois casos confirmados de dengue neste ano, um deles de um morador do bairro Imigrantes e outro do Centro. Nenhum dos casos está ativo, sendo um não autóctone [adquirido na zona da residência do paciente] e o outro ainda não determinado. O Município tem 37 notificações, sendo os dois casos positivos, 13 descartados e 22 aguardando resultado de exames.

Santa Cruz atingiu a marca de 2.125 notificações pela doença neste ano, sendo 422 casos confirmados, 565 descartados e 1.138 aguardando retorno dos exames. Também, conforme último boletim epidemiológico divulgado ontem, uma pessoa residente de outro município estava internada no Hospital Santa Cruz. Nos primeiros dias de maio, Santa Cruz registrou 12 confirmações para a doença. Em todo abril, chegou a 208 casos positivos e, em março, foram 186.

Vale do Sol não tem casos confirmados neste ano, nem mesmo do mosquito vetor. Há um caso suspeito, que aguarda os exames. 

No Rio Grande do Sul, já são 15 óbitos pela doença, sendo o maior volume da série histórica. Além disso, 89% dos municípios gaúchos foram considerados infestados pelo mosquito. 


Foto: Jornal Arauto / Taliana Hickmann
Martha e Ilvo são exemplos de quem está atento ao Aedes
Martha e Ilvo são exemplos de quem está atento ao Aedes