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Sinônimo de integração: comunidades comemoram o retorno das quermesses em Santa Cruz


Publicado 08/05/2022 09:00

Geral   TRADIÇÃO VIVA

Após dois anos sem a realização devido à pandemia, as tradicionais quermesses retornaram em 2022 com a mesma alegria e o propósito de promover a integração entre as localidades do interior de Santa Cruz. A programação anual aos domingos inicia pela manhã com missa, seguida de almoço, jogos como roda da sorte, rifas de torta e pescaria para as crianças e após, reunião dançante com bandas de baile. E em cada comunidade religiosa, há uma equipe formada por voluntários, responsáveis pelo trabalho de organização e divulgação no período que antecede o evento, bem como no dia em que ocorre.

Um desses personagens é Luciano Schaefer, presidente da Comunidade Católica Santo Anjo da Guarda de Linha Nova. Junto à diretoria, ele teve que adequar o evento desse ano - realizado no dia 6 de março - não só aos decretos, mas também à realidade financeira em que a comunidade se encontrava. "Nossa primeira ideia era trazer uma banda de grande expressão, que inclusive já estava contratada, mas resolvemos cancelar o contrato e organizar a quermesse com atrações locais. Elaboramos também uma Ação entre Amigos e comercializamos o bloco de rifa a R$ 70, com direito a dois vales-almoço. Como os prêmios eram doados, conseguimos vender o almoço a R$ 35", relata.

Apesar da movimentação, a quantidade reduziu quase pela metade, se comparado aos outros anos. "Servimos 549 almoços no dia da festa, em anos anteriores já superamos os mil, mas analisando a situação como um todo, somos privilegiados por estar com saúde e ter conseguido realizar a quermesse, mesmo com um público menor", considera Schaefer. Para ele, a retomada das quermesses representa uma volta a vida normal. "Hoje já conseguimos programar nossos finais de semana. Participamos da Lifasc, temos jogos programados, missas mensais, reinício das catequeses e o mais importante: as pessoas idosas também já conseguem sair um pouco de casa", completa.

Felicidade e satisfação na retomada: a expectativa de quem aguarda para receber as comunidades

Tradicionalmente realizada no segundo domingo de maio - data em que também se comemora o dia das mães - a quermesse da Comunidade Evangélica Luterana São Paulo de São Martinho terá uma programação diferenciada neste ano para receber o público, mas não menos atrativa. Assim como na maioria dos casos, a festividade conta com dois casais festeiros - neste ano Julio e Sandra Furtado e Sérgio e Leoni Breunig - para trabalhar, junto com a diretoria, na preparação da festa.

Como a grande maioria dos prêmios da rifa já haviam sido arrecadados ainda antes da pandemia, os voluntários focaram em planejar uma festa de qualidade e com custos menores. Uma das escolhas para isso foi quanto às bandas para animar o evento. "Pesquisamos por bandas mais em conta, mas sempre prezando pela qualidade da música", afirma o festeiro Julio. Ainda, segundo ele, o cardápio e os valores também sofreram alterações, se comparado às edições anteriores. "Ao invés de churrasco, que faz o valor do almoço se tornar mais alto, neste ano serviremos galinhada com linguiça, massa, aipim, cucas e diversas saladas no valor de R$25 reais por pessoa. Quem almoçar, ainda poderá concorrer aos prêmios. Pensamos nisso porque queremos que todos os membros da comunidade venham e tragam suas famílias", explica.

Quanto ao público, os festeiros esperam receber cerca de 550 pessoas para o almoço, incluindo membros da localidade e de comunidades vizinhas. Mesmo com uma expectativa menor - considerando anos anteriores quando eram servidos em média 700 almoços -, a comunidade aguarda as pessoas com felicidade e satisfação para que, juntos, possam celebrar a retomada. "É um dia para se reunir, conversar e fazer festa. Nos alegra também ver pessoas de outras comunidades comparecendo ao evento, elogiando a organização e a comida, pois sempre preparamos tudo com muito amor e carinho, para que todos sejam bem servidos e voltem no próximo ano", salienta Julio.

Tudo isso, possibilita também que comunidades como a de Linha Nova, de São Martinho e tantas outras que sofreram os impactos e prejuízos da pandemia, possam se reestabelecer financeiramente e, assim, realizar investimentos, além de manter um valor em caixa para os custos mensais. O que, de fato, todas esperam, é que as quermesses possam retornar em sua essência: grandes públicos tanto para os almoços, quanto para os bailes e, claro, as comunidades unidas, prestigiando as festas uma das outras para manter viva a alegria e  cultura da integração, que só festas como essas proporcionam.


Foto: Divulgação
Organizadores tiveram o desafio de adaptar o tradicional evento a uma nova realidade pós-pandemia
Organizadores tiveram o desafio de adaptar o tradicional evento a uma nova realidade pós-pandemia