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Maioria dos municípios da região já decretou situação de emergência devido à estiagem


Publicado 15/01/2022 07:00
Atualizado 17/01/2022 06:34

Geral   PREOCUPAÇÃO

A estiagem causada pela falta de chuva tem prejudicado muitas famílias de Santa Cruz e região. Além dos prejuízos contabilizados na agricultura, ainda há problemas relacionados à falta de água para consumo humano e dos animais. 

Municípios da região têm desenvolvido ações e buscados meios para aliviar os prejuízos causados pela seca, sendo que a maioria deles já decretou situação de emergência devido à estiagem.

Confira a seguir a situação de cada um dos municípios:

SANTA CRUZ

A Prefeitura de Santa Cruz do Sul decretou situação de emergência neste mês. O documento assinado no dia 7 de setembro leva em conta um relatório produzido pela Defesa Civil estimado em um prejuízo de R$ 26 milhões na agricultura com os estragos já constatados, ocasionados pela falta de chuva e as altas temperaturas. Diversas medidas também estão sendo tomadas há mais dias. Há três caminhões fazendo entrega de água e ainda foi aberto um processo de licitação para perfuração de mais poços artesianos.

Ao todo, 110 famílias estão recebendo água. As regiões mais atingidas são Rio Pardinho, Alto Paredão e Monte Alverne. A partir da homologação do decreto por parte do Governo do Estado, o que deve ocorrer em 30 dias, e do reconhecimento por parte do Governo Federal, a Prefeitura poderá contratar de forma emergencial a aquisição de bens, prestação de serviços e de obras, durante 60 dias, a contar dos eventos climáticos causadores dos desastres. Cidadãos também poderão ter acesso à antecipação de benefícios da Previdência Social, indenização por parte as seguradoras, renegociação de dívidas e aos recursos do FGTS.

VERA CRUZ

O prefeito de Vera Cruz, Gilson Becker, assinou nesta quarta-feira (12) o documento que declara emergência. O munícipio estima um prejuízo de R$ 12 milhões com a seca.

Conforme o secretário de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Diego Halmenschlager, a situação do município é bem grave, pois muitas pessoas estão solicitando água para consumo próprio e também para os animais, e essa situação se agrava a cada dia. O abastecimento é realizado principalmente nas localidades de Dona Josefa e Alto Ferraz, Mato Alto e Linha Fundinho.

RIO PARDO

A prefeitura de Rio Pardo também já decretou situação de emergência devido à estiagem que atinge o município. O documento foi divulgado nesta terça-feira (11) pelo Executivo Municipal. O município alegou que vem sofrendo com a falta de chuva desde o ano passado, principalmente a partir do mês de outubro de 2021 com pouca precipitação de chuva, o que sem manteve nas últimas semanas. A situação atinge diversas localidades do interior de Rio Pardo como Passo da Timbaúva, Abelina, Albardão, Rincão dos Paz, Passo da Areia, entre outros. Algumas famílias também já recebem apoio da Prefeitura com água potável. O decreto teve parecer da Defesa Civil municipal e tem vigor de 180 dias. Os prejuízos em Rio Pardo chegam a R$ 218.136.625.

VALE DO SOL

O Prefeito de Vale do Sol Maiquel Silva decretou nesta semana situação de emergência em Vale do Sol em decorrência da estiagem. O impacto da falta de chuva trouxe efeitos na falta de água para o desenvolvimento das culturas, teve significativas perdas na pecuária de leite em função da baixa disponibilidade de pastagens e a alta temperatura prejudicou a produtividade dos animais. A produção de milho teve perdas estimadas em 30%, os hortifrutigranjeiros irrigados tiveram perda em 20%, hortifrutigranjeiros sem irrigação tiveram perda de 60%, tabaco teve 10% e feijão 25%. O arroz, aproximadamente 1.050 hectares, se encontra em estágio de desenvolvimento e, neste momento, ainda não tem uma perda significativa, mas se pode constatar que as lavouras estão, na grande maioria, sem a correta quantidade de água. Na soja está com seu estande reduzido e isso trará reflexo na produção futura de grãos e ainda existem áreas que não foram plantadas devido à estiagem. No Município, as perdas representam mais de R$ 25 milhões, conforme o levantamento realizado pela Emater.

O Município já investiu mais de R$ 225 mil no combate à estiagem, especialmente na manutenção de caminhões para transporte de água, aquisição de canos, reservatórios e instalação de novas captações de água. 

SINIMBU

A prefeita de Sinimbu, Sandra Backes, decretou, no dia 3 de janeiro, situação de emergência. Todos os dados foram encaminhados para a Defesa Civil do Governo Federal que reconheceu a situação e o ato foi publicado nesta quarta-feira (12), no diário oficial da União.

A administração tem trabalhado intensamente para minimizar os efeitos da estiagem, principalmente fazendo a entrega de água potável para várias famílias do interior, abrindo aguadas e também pedindo a colaboração de todos para não desperdiçar água.

VENÂNCIO AIRES

Município decretou situação de emergência no fim de dezembro. Entre os dados apresentados pela Emater, destaque para a falta de água para consumo humano, irrigação de culturas e animais, registrada em toda as localidade do interior. Dois caminhões-pipas da Prefeitura têm levado água diariamente às propriedades rurais, já superando 100 mil litros de água. São mais de R$ 40 milhões em perdas e quase duas mil famílias atingidas.

Nas lavouras de soja, os prejuízos já chegam a 70% da área plantada, de bovinos de leite esse índice é 25%, bovinos de corte 15%, milho safra 40,10%, da moranga e melancia cerca de 50% da plantação. 

MATO LEITÃO

O decreto de situação de emergência foi assinado em dezembro em Mato Leitão. A estiagem atinge mais de 460 famílias no município, conforme levantamento de secretarias municipais e Emater. O transporte de água para animais chega a superar 30 mil litros em determinados dias. Já foram atendidas propriedades em Arroio Bonito, São João, Sampaio Baixo, Sampaio e Duque de Caxias. O setor primário acumula prejuízos acima de R$ 15 milhões. Desde o dia 10 de dezembro já foram fechados 164 silos em diversas propriedades. A grande maioria do milho (grão) foi para silagem.

Além disso, entrou em vigor nesta quarta-feira (12) o decreto municipal número 4.820 que determina racionamento de água em função da forte estiagem em Mato Leitão. O documento foi assinado pelo prefeito Carlos Alberto Bohn diante do atual momento com poucas perspectivas para ocorrências regulares de chuva nos próximos dias.

Associações hídricas já emitiram alertas quanto ao uso racional e consciente da água potável. As diretorias podem aplicar penalidades de advertência ou multa de acordo com as normas de cada entidade. O valor da multa fica limitado em R$ 265 para aqueles que descumprirem as normas do decreto. Em caso de reincidência, a multa pode ser acrescida em 100%. O decreto municipal autoriza utilização de água de mananciais hídricos para atendimento de animais em propriedades. Informações sobre o decreto no endereço www.matoleitao-rs.com.br, item decretos (decreto 4.820 de 11/01/2022).

PASSO DO SOBRADO 

O município de Passo do Sobrado decretou nesta quarta-feira (12) situação de emergência. Ao todo, 1.200 famílias estão sendo prejudicadas financeiramente devido à estiagem. 

CANDELÁRIA

No caso de Candelária, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, o Sindicato Rural, Emater e Irga já estão fazendo um levantamento para calcular as perdas para que seja decretada a situação de emergência. A situação é tão critica que em alguns pontos, o Rio Pardo já não está correndo mais no leito. Caminhões estão sendo levados para as comunidades. Na última semana foram 75 mil litros distribuídos para famílias do Chapadão, Linha do Salso, Linha Sul, Faxinal dos Porto, Passa Sete, Data do Ribeiro, Linha Boa Vista e cidade.

VALE VERDE

Em valores estimados nas principais culturas de Vale Verde, o prejuízo chega a quase R$ 10 milhões, sendo que a cultura do milho a mais prejudicada, com quebra de 40%. Os prejuízos foram comprovados inicialmente com dados fornecidos pela Emater local, que apresentou os números respectivos às perdas de cada cultura. A Prefeitura já teve um total de gastos até o momento de R$217.018,75 relacionado ao abastecimento de água, com aquisição ou transporte e distribuição, abertura de fontes drenadas, aquisição de tubulações, mangueiras, consertos de bombas, ampliação de redes e aquisição de caixas d’água, entre outros. Também abertura de bebedouros, açudes, horas/máquina, despesas com pessoal e combustível.


 


Foto: Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Rio Pardo/ Divulgação
Prejuízos na agricultura e problemas com falta de abastecimento de água atingem todos os municípios
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