Por mais de 300 anos no Brasil, a população negra foi submetida à condição de vida desumana, com alimentação precária, sem condições de higiene e sem direitos, além de trabalho em excesso e uma rotina de acorrentamento e violência. Mas, mesmo passados tantos anos, a população negra ainda, hoje, vive sequelas daquele período.
Na região, entidades desenvolvem trabalho de fomentação de luta antirracista, através de estudo, diálogo e reflexão. Um deles é o Coletivo Agbára Rio Grande do Sul, com sede em Venâncio Aires e que realiza desde 2018 ações de valorização e empoderamento da mulher negra, além de atividades sobre as relações raciais e sociais. Desta forma, neste dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a psicóloga e co-criadora do Coletivo Agbára RS, Fernanda Landim, traz recomendações de leituras para a compreensão da realidade atual.
COLEÇÃO FEMINISMOS PLURAIS:
Sob coordenação de Djamila Ribeiro, a coleção escrita por pessoas negras, dissemina conteúdo crítico, em linguagem didática, visando contribuir na compreensão da realidade brasileira. São onze volumes sobre lugar de fala, empoderamento, encarceramento em massa, racismo estrutural, racismo recreativo, intolerância religiosa, apropriação cultural, colorismo, transfeminismo e trabalho doméstico.
PEQUENO MANUAL ANTIRRACISTA:
A obra de autoria de Djamila Ribeiro traz reflexão sobre temas como racismo, branquitude, negritude, violência racial, cultura, desejos e afetos, sendo uma possibilidade de contribuir para uma transformação social.
O GENOCÍDIO DO NEGRO BRASILEIRO:
O autor Abdias do Nascimento apresenta a realidade e consequências causadas pelo mito da democracia racial.
O PERIGO DE UMA HISTÓRIA ÚNICA:
Após ser um das palestras mais assistidas do TED Talk, o conteúdo virou um livro que aborda o entendimento da origem do preconceito. A escritora nigeriana, Chimamanda Ngozi Adichie, ressalta as consequências da história única como estimuladora de estereótipos.
OLHOS D'ÁGUA:
De autoria de Conceição Evaristo, a obra aborda, através de contos, a pobreza e a violência urbana presente na população afro-brasileira.
QUARTO DE DESPEJO:
Livro escrito em 1960, retratado pela autora Carolina Maria de Jesus, catadora de papel, a realidade da favela de Canindé (SP), com três filhos.
BRANQUITUDE:
Os escritores Lourenço Cardoso e Tânia M. P. Müller evidenciam que a identidade branca ganhou destaque com foco na realidade social brasileira, a partir da consciência do branco sobre os privilégios da sua cor.
Além de Fernanda Landim, a reportagem do Grupo Arauto também consultou a bibliotecária escolar Graziela Schoeninger, que indicou livros infantis, mirando a construção de uma sociedade sem preconceito.