Em evento realizado na manhã desta quarta-feira (6), na sede da Associação das Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp), foi assinado o termo de início do Programa de Prevenção à Violência Pacto Santa Cruz pela Paz. O objetivo é reduzir os índices de violência no município, através do apoio do Instituto Cidade Segura, consolidado em diversas cidades do país.
De acordo com o secretário de Segurança, Transporte e Mobilidade Urbana de Santa Cruz, Everton Oltramari, a intenção é tornar Santa Cruz a cidade mais segura do Rio Grande do Sul a partir de um planejamento estratégico de prevenção à violência. Segundo ele, os governos precisam ocupar um protagonismo no planejamento da segurança pública, principalmente nas ações de prevenção com um trabalho cooperativo entre as forças de segurança. Na oportunidade, elogiou o trabalho dos órgãos de segurança pública do município: "Eu tenho convicção de que se nós juntarmos todas as forças, nós vamos transformar Santa Cruz em uma das cidades mais seguras", disse.
O secretário explica que o pacto envolve empresas, escolas, todos os órgãos da segurança pública, clubes de serviços, entre outros: "Nós queremos construir juntos um plano realista e consistente, técnico, multidisciplinar que vai envolver áreas da saúde, esporte, cultura, educação, desenvolvimento social, além das áreas específicas da segurança pública". Segundo ele, trata-se do primeiro passo para mobilizar todo o potencial humano para, em três meses, trabalhar em um profundo diagnóstico - que irá começar no início de novembro - sobre a violência e as principais causas no município: "A partir desse diagnóstico, nós iremos apresentar no início do próximo ano um projeto de médio a longo prazo que irá envolver muito as escolas, porque é onde nós conseguimos alcançar o maior número de crianças e suas famílias".
O secretário de Educação de Santa Cruz, João Miguel Wenzel comenta que a educação é fundamental e perpassa todos os setores. "Se quisermos ter efetividade em uma ação, precisamos envolver a educação, ainda mais no setor da segurança pública, que é um novo viés", complementa.
A prefeita Helena Hermany destacou que o projeto é a consolidação do que vem defendendo em toda a vida pública: "É preciso abraçar cada criança da cidade e mostrar que existe um caminho na vida com amor e esperança e que essa é a melhor alternativa. O que mais me anima nesse pacto que ele trabalha com os conceitos de prevenção, mas barato e antecipa as ações". Ainda observa que o o pacto irá fortalecer famílias, proteger as crianças e desenvolver habilidades.
Como irá funcionar?
De acordo com o diretor executivo do Instituto Cidade Segura, Alberto Kopittke, serão elaboradas diversas ações para bloquear as facções: "Não é preciso esperar uma tragédia para ser feito um plano para as escolas.", pontuou.
Conforme ele, até o lançamento do pacto será elaborado um diagnóstico profundo da violência na cidade para que depois seja lançado e feita a implementação. Nas próximas semanas, cerca de mil moradias da cidade serão visitadas para verificar quantas pessoas foram vítimas de crimes na cidade. A pesquisa de vitimização também buscará verificar quais os bairros que têm mais problemas no que se refere à perturbação de sossego. “Nossas ações possivelmente farão as pessoas registrarem mais as ocorrências", destaca Kopittke.
O modelo de gestão do pacto é a análise incansável de indicadores. Diante disso, o diretor executivo ressalta que será construído um observatório municipal de segurança, centralizando todos os dados para que se possa, ano após ano, mensurar esses indicadores. "Objetivo é atender os que entraram no mundo do crime e os que não entraram, para que não sigam esse caminho. O instituto vai trazer algumas metodologias muito potentes, tanto em famílias quanto escolas", acrescenta.