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Saiba qual será o impacto na conta de luz com o aumento da Aneel


Publicado 01/09/2021 20:00

Geral   ATENÇÃO!

Desde esta quarta-feira (1º), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) passou a cobrar mais nas contas de luz. Isso porque foi criado um novo patamar de bandeira tarifária a fim de cobrir os custos com as usinas termoelétricas e importação de energia. A chamada bandeira da escassez hídrica vai gerar custo adicional de R$ 14,20 para cada 100 kilowatts-hora (kW/h) consumidos. Ou seja, a nova cobrança representa reajuste de 49,63% sobre a tarifa de R$ 9,49, praticados até o momento. A medida é válida até 30 de abril de 2022. 

Segundo Fabricio Antonio Egert, engenheiro eletricista e professor da Universidade La Salle em Canoas, a elevação se deve ao aumento no custo da geração de energia elétrica. "Aqui no Brasil a maior parte da matriz energética é hídrica. Essa energia usa a energia gravitacional armazenada na água para converter essa energia potencial em energia elétrica, o que é relativamente barato. É a água passando pelas turbinas que acaba gerando energia. Outras fontes, como as energias termoelétricas, são mais caras. Elas precisam gerar energia elétrica a partir do calor. Esse calor vem da queima de um combustível. E esse combustível vem de uma fonte que o governo que controla as termoelétricas tem que comprar, seja gás natural, seja material radioativo, carvão, e isso tem um custo mais alto que a simples armazenagem da água", diz.

Quando há uma seca e falta água nos reservatórias, conforme explica o professor, as usinas termoelétricas não dão conta da demanda pelo consumo de energia que o Brasil tem. "Nesse caso, as termoelétricas se obrigam a funcionar para poder dar conta dessa energia. Como o governo não consegue absorver totalmente essa energia mais cara, ele precisa repassar ao consumidor. Por isso foi criado o sistema de bandeiras para não haver variações muito grandes de tarifas. As bandeiras acabam controlando melhor o gasto e para o consumidor ficar sabendo no que está gastando. Assim ele pode se controlar e se auto-policiar sobre seu consumo, sabendo que o mês que está em bandeira vermelha tem que cuidar para gastar menos porque a energia será mais cara", comenta. 

Mas, quanto será esse aumento?

Para os consumidores terem um exemplo do quanto a conta de luz deve vir mais cara, Egert separou alguns exemplos: 

  • Quem paga uma conta de R$ 110 passará a pagar R$ 114.
  • Quem paga uma conta de R$ 328 passará a pagar R$ 342.
  • Quem paga uma conta de R$ 492 passará a pagar R$ 514.

Meta é reduzir o consumo

Conforme o engenheiro eletricista e professor Fabricio Antonio Egert, o governo quer que a população diminua o consumo. Isso porque foi oferecido junto com a bandeira de escassez hídrica um programa de bonificação, que também vai até abril. "Se o consumidor apresentar uma redução no consumo de 10 a 20%, comparado com as contas do ano passado dos mesmos períodos, vai ganhar um bônus de 50 centavos por kilowatts-hora de energia economizada. O legal é que esse bônus, se o consumidor realmente reduzir o consumo, acaba compensando essa tarifa maior da bandeira da escassez hídrica. Ou seja, o governo está nos passando uma mensagem bem clara de que precisamos economizar. Se reduzirmos o consumo, não vamos pagar mais, porque o bônus vai acabar compensando o aumento. O governo aumentou a tarifa, mas lançou o bônus para o consumidor consciente. Você pode até não perceber porque a bonificação vai acabar compensando", fala.

Prejuízos

Mesmo com a possibilidade de reduzir o consumo e o aumento não pesar tanto no bolso, Egert salienta que no geral a mudança gerará custos adicionais por mais tempo. "A previsão que tínhamos era ter bandeira vermelha patamar 2 até novembro. Agora vamos com a escassez hídrica até 30 de abril do ano que vem. Esse é o longo prazo de cobrança que vai acabar nos penalizando, porque vamos estar pagando mais mesmo num período que normalmente tínhamos bandeira verde. A conta de luz vai ficar mais cara. Infelizmente vai. Então, não nos resta outra saída a não ser economizar", aconselha. 

Dicas para economizar

  • Substituir lâmpadas incandescentes por lâmpadas led;
  • Usar mais a iluminação do sol, abrindo cortinas e janelas;
  • Cuidar para não deixar luzes acesas onde não tem ninguém;
  • Tomar banhos mais rápidos e abrir menos o chuveiro, que deve estar em uma potência menor;
  • Substituir ar-condicionado por ventilação natural ou por ventilador;
  • Caso necessite do ar-condicionado, regular na maior temperatura possível e ir baixando de grau e grau, se necessário;
  • Secar roupas ao sol ou ao vento e deixar de lado a secadora;
  • Reunir uma grande quantidade de roupas para passar no mesmo momento;
  • Investir em geração de energia solar, caso possível. 

Foto: Freepik
Chamada bandeira da escassez hídrica vai gerar custo adicional de R$ 14,20 para cada 100 kW/h consumidos
Chamada bandeira da escassez hídrica vai gerar custo adicional de R$ 14,20 para cada 100 kW/h consumidos