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CPERS realiza protesto contra a PEC 32 em Santa Cruz. Veja fotos


Publicado 01/09/2021 11:55
Atualizado 01/09/2021 12:23

Geral   MANIFESTAÇÃO

Uma manifestação contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20 foi realizada no fim da manhã desta quarta-feira (1º) em Santa Cruz do Sul. O ato ocorreu a partir das 11h e foi organizado pelo Cpers, junto à Frente dos Servidores Públicos (FSP). A mobilização de mais de 60 pessoas ocorreu na base eleitoral do deputado federal Marcelo Moraes (PTB/RS), para pressioná-lo a votar contra a PEC que institui a Reforma Administrativa.

De acordo com o Cpers e outros sindicatos presentes na manifestação, a PEC 32, que tramita no Congresso Nacional, representa a destruição dos serviços públicos, das carreiras e dos direitos da categoria e do conjunto do funcionalismo público. A principal contestação é a de que a PEC fragiliza a estabilidade no serviço público, acabando com promoções por antiguidade e permitindo que cargos comissionados fiquem liberados para nomeações por parte de políticos em todas as esferas públicas.

Segundo a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, os protestos ocorrem em municípios base de deputados federais que estão na comissão especial da PEC 32. "Com essa PEC temos a possibilidade de privatização do serviço público na área da saúde, educação, segurança e assistência social. E como nós professores estaduais trabalhamos com um público mais vulnerável, percebemos que serão as famílias dos nossos alunos que serão atingidos. Estamos numa pandemia, onde se mostra a importância da saúde pública. Sem o SUS no Brasil, com certeza, muitas pessoas a mais teriam morrido. Essa PEC propõe isso, que as pessoas tenham que comprar um plano de saúde. Sabemos que pessoas com menor grau financeiro terão possibilidade de comprar um plano que te receite um melhoral, mas quando você precisar de um tratamento de maior complexidade você não terá um plano que cubra", disse.

A outra questão apontada pelos manifestantes é a possibilidade de entrar no Estado sem concurso público e sim por contrato, por indicação. De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União no Rio Grande do Sul (Sintrajufe/RS), Marcelo Carlini, a PEC preocupa principalmente nesse sentido. "É a burla do concurso público. Hoje o servidor estuda, passa numa prova e apresenta sua qualificação profissional. A PEC apresenta a contratação por tempo determinado. Isso significa que no lugar de um concurso para professores, por exemplo, eu contrato alguns para trabalhar por alguns períodos e no final do contrato eu demito. Essa é a porta do apadrinhamento", ressaltou. 

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