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Saiba como a alta do IGP-M impacta no mercado imobiliário de Santa Cruz


Publicado 02/09/2021 06:53
Atualizado 02/09/2021 06:54

Geral   NEGOCIAÇÕES

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) - usado no reajuste dos contratos de aluguel - registrou inflação de 0,66% em agosto deste ano. Além disso, o indicador acumula taxas de inflação de 16,75% no ano e de 31,12% em 12 meses. Esse aumento do IGP-M tem impactado nos custos dos aluguéis em Santa Cruz e alternativas estão sendo buscadas entre as imobiliárias, proprietários dos espaços e quem aluga. 

O presidente da Sociedade das Empresas Imobiliárias de Santa Cruz do Sul (Seisc), Flávio Bender, destaca que a alta do IGP-M criou algo novo para o mercado, sendo a negociação dos reajustes dos aluguéis: "Com todo o problema de pandemia, não foi possível reajustar todo o índice das locações. O que se viu foi uma negociação entre proprietário e inquilino para tratar dos reajustes das locações". Ele explica que o que impera nas negociações de locação é o bom senso, porque se o reajuste ficar acima do mercado, o inquilino pode trocar de local e o proprietário ficar com seu imóvel desocupado. "O proprietário ainda poderá ficar um período sem ninguém arcando com todas as despesas", complementa. 

Bender esclarece que não existe nenhum prejuízo nas locações pelo fato de que o mercado é quem determina o valor da locação: "Se o imóvel estiver fora dos parâmetros, não conseguirá locar. Então o que regra tudo é a velha lei da oferta e procura". Ele ainda destaca que sendo registrados esses aumentos significativos nos índices na locação torna-se difícil repassá-los.

O aumento significativo é resultado de todos os índices de preços, mas nem sempre esses índices refletem a realidade, explica Bender. "Para o imóvel deveria ter mais um índice específico, na minha opinião, pois todos os índices são “pacotes “ de variações sobre preço de algo, o que não poderia medir o mercado das locações e seus reajustes. Com esta recessão e fechamento de diversas empresas, o reajuste ou até deflação da locação deveriam ser analisados", opina. 

REFLEXOS

A sócia-proprietária da Imobiliária Cidade de Santa Cruz, Julia Farah Schirrmann, também observa uma movimentação diferenciada no mercado imobiliário. Conforme ela, a alta do índice tem feito com que os contratos de aluguel que estavam defasados estejam sendo reajustados, adequando o custo do aluguel a um valor real de mercado. "Já os aluguéis com contratos recentes, por causa do expressivo crescimento do índice, acabam também ficando com valor acima do preço de mercado e consequentemente acabamos por negociar esses valores entre os locadores e locatários", destaca.

Para as imobiliárias, segundo Julia, a alta no IGP-M não tem apresentado desvantagem, apenas acarretado uma demanda maior de serviço para administrar as negociações que ocorrem entre locador e locatário. "Temos conversado com nossos clientes e conseguimos lidar perfeitamente com essa situação. Na maioria dos casos ocorre negociação do índice sim", acrescenta. Na opinião dela, o índice elevado assusta de fato quem necessita pagar aluguel: "Mas quem conta com os serviços de uma imobiliária sempre consegue ser bem orientado e conta com mais segurança nos seus contratos de aluguel".

 

 


Foto: Arquivo / Portal Arauto
IGP-M é usado no reajuste dos contratos de aluguel e a alta nos últimos meses tem causado reflexos no mercado
IGP-M é usado no reajuste dos contratos de aluguel e a alta nos últimos meses tem causado reflexos no mercado