Plantar é mais do que a definição trazida pelo dicionário, de introduzir na terra uma muda, para que enraíze e se desenvolva. Plantar é pensar no futuro, não só da população, como também das cidades. As árvores servem não só de sombra como também têm o importante papel de oxigenar o ar para que as pessoas possam respirar ele mais puro. Pensando nisto e no embelezamento da cidade, um grupo de fiéis aproveitou a tarde do último sábado, dia 28, para plantar cerca de 20 mudas de cerejeira japonesa em frente à Comunidade Evangélica de Confissão Luterana, na Avenida Nestor Frederico Henn, em Vera Cruz.
A ideia surgiu após pastores da igreja instigarem os fiéis sobre o plantio, já que outras espécies que haviam no local foram retiradas após uma reforma. “Reunimos uma turma de diversos grupos da Comunidade e o primeiro passo foi falar com a Prefeitura para entendermos qual o tipo de árvore seria mais indicado para plantar aqui. Os custos foram divididos entre o grupo e a meta era a arborização desde a esquina com a Rua Tomaz Gonzaga até a divisa com o Instituto Sinodal Imigrante e em frente ao Cemitério Evangélico”, frisa o presidente da Paróquia Evangélica, Oscar Luiz Stumm.
Além do simples plantio de árvores, o grupo traz à tona a reflexão ao meio ambiente e sobre a necessidade de arborização do Centro de Vera Cruz. “Com a participação de pessoas de todas as idades, estamos trazendo também este legado. Pois estas árvores serão vistas e lembradas daqui alguns anos por estas crianças que hoje estão nos auxiliando e com isso desenvolvendo esta cultura para o meio ambiente. Nosso único apelo é para que a população cuide destas mudas, para que não depredem, pois ali na frente teremos bonitas árvores, que além de embelezar também trarão benefícios para toda a população”, comenta Stumm.
Uma recente indicação da Câmara de Vereadores reascendeu a discussão sobre a necessidade de rearborização da zona urbana de Vera Cruz. O documento, impetrado pela vereadora Cira Kaufmann (PT), sugere a análise por parte do Executivo Municipal da possibilidade da criação de um Plano Municipal de Arborização do perímetro urbano e de revitalização de espécimes arbóreas em logradouros públicos e outros espaços públicos ou privados.
A justificativa da indicação frisa que a arborização deve ser vista como um instrumento de desenvolvimento e de qualidade de vida e sugere que o plano contemple parcerias público-privadas, possibilitando que a população colabore com a compra de mudas.
O Plano Municipal de Arborização Urbana já está sendo pensado pelo Executivo vera-cruzense. De acordo com o coordenador do Departamento Municipal do Meio Ambiente (DEMA), Ricardo Konzen, a primeira etapa do processo é o orçamento para execução das etapas do plano. “Recebemos um orçamento da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e aguardamos o da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). A ideia inicial é realizarmos um estudo para sabermos quais as espécies que temos na zona urbana do Município. Em um segundo momento precisaremos estudar a viabilidade destas árvores onde estão, por conta de diversos fatores como fiação elétrica, encanamento, calçamento, risco de queda, entre outros. Depois teremos que trabalhar no sentido de formalizar, por meio de uma lei, este plano e para a substituição gradativa das espécies que não se adequem ao cenário urbano, por outras que seja adequadas a este espaço”, explica.
Por mais que o plantio de árvores eleve a permeabilidade do solo, controle a temperatura, a umidade do ar, proporcione sombra e diminua a poluição do ar, outra reflexão trazida pelo coordenador contempla a necessidade de regras para o plantio de árvores, para que seja evitada uma série de problemas. “A grande maioria do que é plantado na área urbana é errado. Enquanto não houver um regramento é complicado, pois as pessoas que nos procuram, até podemos sugerir algumas espécies que se adequem ao cenário urbano e que possam ser plantadas, no entanto, muitas pessoas não nos procuram. Depois do Plano, com a lei, o plantio de árvores, na zona urbana, só poderá ser realizado com autorização do DEMA”, problematiza Konzen.