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Com novas regras, a volta aos palcos


Publicado 29/08/2021 20:00

Geral   RETOMADA

Com a melhoria nos números relacionados à pandemia, a Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) resolveu afrouxar as regras em relação à ocupação de espaços. Os prefeitos dos municípios da região se reuniram nesta semana e a assembleia, realizada de forma presencial pela primeira vez em sete meses, teve na pauta a apreciação das flexibilizações apresentadas pelo Governo do Estado no decreto 56.304.

Entre as flexibilizações aprovadas pelos gestores estão a ampliação de 150 para 350 pessoas em eventos infantis, sociais e de entretenimento e ocupação máxima de pessoas ao mesmo tempo na prática de atividades físicas em academias, clubes, centros de treinamento, piscinas, quadras e similares. Neste caso, em ambiente aberto, a regra agora é de uma pessoa para cada 4 metros quadrados, enquanto que no fechado, é de uma para cada 8 metros quadrados. O distanciamento interpessoal mínimo entre atletas deve ser de um metro. 

Nos casos de restaurantes e bares, também houve alteração quanto à ocupação máxima. Levando em conta a capacidade total, prevista no Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) de cada estabelecimento, ficou estabelecido o distanciamento mínimo de 2 metros entre as mesas. Antes era permitida a ocupação de no máximo 50%, em relação ao  PPCI. O número de músicos permitidos também aumentou de três para cinco. 

A chefia de gabinete do prefeito municipal de Vera Cruz confirmou que as regras já estão valendo no Município, não sendo necessária a confecção de um novo decreto.

Alívio

Para quem vive da música, a decisão dos prefeitos trouxe alívio. Alguns grupos não conseguiam desenvolver o trabalho com qualidade, como explica o vocalista do Naquele Pique, Anderson Tomaz, o Lão. “Antes da pandemia, o normal era tocarmos às vezes com mais de  sete  integrantes em casas de shows com a banda completa. Tivemos que nos readequar ao novo normal, o que nos prejudicou bastante, tendo que cortar colegas de estrada que também perderam renda. No pagode se usa mais instrumentos de percussão e com três músicos estava sendo quase inviável. Com cinco melhora. Torcemos para que em breve tudo isso passe e possamos voltar com banda completa, levando uma boa qualidade ao público que curte o nosso som”, projeta.

Outra preocupação do músico é com a perda da renda, que auxilia as famílias dos integrantes. “Acredito que como o pagode em geral leva bastante público foi uma maneira também de não incentivar a aglomeração nos locais onde era permitido música ao vivo. Porém, não foi analisado o nosso lado enquanto músicos e a renda que se perdeu em decorrência da pandemia”, explica.

Um dos percussionistas do grupo, Rodimar Mateus dos Santos, o Guinho, também comemorou a flexibilização. “O pagode é um ritmo que exige mais instrumentos para que a composição fique legal. Sem alguns instrumentos acabamos perdendo qualidade, por isso insistimos tanto por esta flexibilização, para levar ao nosso público a quantidade. Subir de três para cinco foi uma considerável melhora, mas aos poucos lutaremos para que este número aumente. Completo, somos em no mínimo sete músicos e não queremos cortar colegas de trabalho”, comenta.

Com a flexibilização, o grupo projeta aumentar a agenda de shows. Mesmo que ainda não haja a liberação dos eventos na totalidade, a ideia é ampliar os espetáculos em restaurantes e bares com o funcionamento autorizado.


Foto: Letícia Dhiel/Grupo Arauto
Antes da pandemia, grupo tinha ao menos sete músicos
Antes da pandemia, grupo tinha ao menos sete músicos