compartilhe >>

Sem dança no pé, mas com alegria no rosto: o "novo normal" dos eventos com música ao vivo


Publicado 31/07/2021 20:00

Geral   EM SANTA CRUZ E REGIÃO

Ainda que não haja uma data concreta para a liberação, os eventos tem sido retomados de forma tímida e dentro de todos os protocolos nos bares e casas de festas em Santa Cruz do Sul e região. O público que formava uma roda de pé, em frente ao palco para acompar as bandas, ou que dançava pelo salão no ritmo de todas as músicas, agora precisa curtir o show sentado ao redor das mesas, com ocupação limitada. 

O novo conceito de festas deve se fortalecer cada vez mais ao longo do tempo. É o que acredita Cássio Gottems e Vínícius Algayer. Os dois são músicos há doze e seis anos, respectivamente, e tocavam juntos em um banda, há três. Logo após o início da pandemia e, sem perspectiva de retorno dos grandes eventos como bailes e quermesses. que ocorriam todos os finais de semana, decidiram formar a dupla Cássio e Vínicius. "Esse novo formato de música ao vivo tem ajudado a classe, principalmente quem trabalha só com isso, porque tem muita procura. Por vezes, tínhamos de dois a três locais diferentes para se apresentar em um dia", conta Cássio.

Para a dupla, que também exerce outras atividades durante a semana, o retorno das festas e eventos com música ao vivo, mesmo que de forma diferente, tem agradado também ao público que assiste. "Voltar a ter esse contato mais próximo com o público está sendo muito bom. A galera interage e participa bastante na hora da apresentação. Então acreditamos que tudo irá retomar a normalidade mas também que esse conceito de música ao vivo em bares, pubs e choperias vai seguir muito forte", ressalta.

Quem também avalia de forma positiva o "novo normal" dos eventos é o músico Rodrigo Jaeger. Nascido em Porto Alegre, mas criado em Santa Cruz do Sul, ele vive exclusivamente da música há oito anos e, após a pandemia, dedica-se também às mídias sociais. Apesar da rotina de apresentações de segunda a segunda ter diminuído, Jaeger visualiza um aumento gradativo por música nos locais da cidade. "A procura é maior conforme as pessoas se sentem mais seguras em frequentar os ambientes. Me vejo em uma posição muito privilegiada dentro da classe artística, pois com o violão e voz foi possível exercer o trabalho de alguma forma. Mas sinto que ainda falta bastante para que um contexto de retorno abranja toda a classe", analisa.

Segundo ele, há uma grande expectativa pelo retorno das atividades, tanto dos profissionais do setor, quanto do público. "Creio que a vontade de todos possa ajudar na reestruturação da classe. Espero que, com cautela e responsabilidade, possamos readequar os eventos, rumo a uma retomada total", considera.

Novo normal: um desafio para os grupos musicais

Enquanto que para as duplas e cantores solos o novo normal dos eventos têm sido positivo, alguns grupos ainda são prejudicados pelas restrições. Um exemplo disso é o vera-cruzense Rodimar Mateus dos Santos. Ele atua como músico há 10 anos e, após algumas passagens por grupos de pagode, decidiu investir em um projeto próprio: o Grupo Naquele Pique.

Com uma média de 15 shows por mês - incluindo locais fixos e eventos privados - antes da pandemia, Guynho, como é conhecido, agora comanda uma agenda de, no máximo, duas datas por final de semana, com o grupo e um cachê menor. "Durante esse período decidimos parar com os ensaios por não termos onde tocar após a proibição dos eventos. Com a liberação gradual, houve procura, mas uma demanda muito baixa comparado ao que tínhamos. Além disso, tivermos que diminuir o número de integrantes do grupo, antes tocávamos com sete e no momento nestamos entre quatro. A nossa classe foi a mais afetada", afirma.

Ainda, segundo Guynho, há expectativa de um retorno dos eventos à total normalidade. No entanto, o atual formato com limitação de pessoas e higienização dos locais deve se entender por tempo indeterminado. 


Sem dança no pé, mas com alegria no rosto: o "novo normal" dos eventos com música ao vivo


Sem dança no pé, mas com alegria no rosto: o "novo normal" dos eventos com música ao vivo


Sem dança no pé, mas com alegria no rosto: o "novo normal" dos eventos com música ao vivo