compartilhe >>

Paciente se recupera da Covid-19 após 101 dias internado na UTI do Hospital Santa Cruz


Publicado 26/07/2021 20:00

Covid-19 Geral   HISTÓRIA DE VIDA

Após 101 dias internado na UTI do Hospital Santa Cruz, Kelver da Silva, de 27 anos, recebeu alta na última sexta-feira (23) e não poderia ter ganhado um presente melhor de aniversário. Prestes a completar os 28 anos nesta sexta-feira (30), o jovem carrega uma história de superação e de luta contra a Covid-19. 

Foi na UTI do hospital que ele, natural de Vera Cruz, passou a refletir ainda mais sobre a vida. Na última sexta-feira foi para o quarto, onde ficará por mais um tempo em tratamento de reabilitação. 

Conforme a esposa de Kelver, Tais Pereira da Silva, o jovem começou a apresentar os primeiros sintomas no dia 4 de abril. No dia seguinte, muito rapidamente, os sintomas pioraram, quando passou a ter muita febre. Diante disso, realizou o exame e testou positivo para a Covid-19, iniciando a luta contra a doença. Durante uma semana ficou em casa tomando medicamentos prescritos pelo médico, tendo desmaios e tosses: "Em uma semana, ele perdeu muito peso e também foi perdendo o apetite".

Foi no dia 12 de abril que ele e a esposa se deslocaram até o Hospital de Campanha, porque Kelver apresentava uma ronquidão na garganta. No local, a saturação estava em 75%, necessitando de oxigênio nasal para respirar. "A partir dali não consegui mais levar ele para casa. Ele começou a fazer exames e na tomografia mostrou que ele estava com 75% do pulmão atingido" , lamenta. 

Na segunda-feira, dia 12 de abril, ele entrou no Hospital Vera Cruz e na terça-feira (13) foi internado na UTI do Hospital Santa Cruz. Conforme a esposa, o período de internação foi bem complicado, repleto de altos e baixos, sendo que ele apresentou muitos picos de febre decorrentes de bactérias.

Internação no hospital 

Durante 16 dias, logo no início da internação, Kelver permaneceu no hospital com ventilação de uma máscara de alto fluxo, necessitando ficar intubado durante 20 dias, sendo que não apresentou melhoras. Inclusive teve sangramento na boca devido ao ressecamento, precisando de uma bolsa de sangue. Após isso, passou pela traqueostomia, melhorando, aos poucos, o quadro de saúde. "O Kelver teve períodos bem críticos de saúde, em que a médica dele ligava pra mim e dizia que não tinha mais o que fazer. É um momento que a gente tem que ter muita fé".

Uma das lutas estava em tirar os sedativos do Kelver dos quais ele fez uso aproximadamente por um mês: "O corpo dele voltava agitado, nervoso e precisava ser sedado novamente" . Foi no hospital que Kelver se agarrou em Deus e encontrou forças no amor pela esposa, família e amigos. Desde que apresentou melhora, sempre ressaltou a importância de ser grato pelas pequenas coisas e ter as pessoas que se ama por perto: "Ele falou isso pelo simples gole de água que ele queria tomar e não podia. Depois que ele tomou, foi muito grato por isso. É algo simples, mas importante".

Angústia diária

Tais relata que para a família foi uma angústia diária, pois além de conviver com o medo de perder alguém que se ama, também conviveu com a angústia da pessoa se recuperar: "A médica dizia que como ele ficou muito tempo sedado, ele poderia acordar e não lembrar mais das pessoas que ele ama. É uma doença que não tem um tratamento específico. É um aprendizado para todos nós. Quando o Kelver foi intubado, foi como se tivessem tirado o meu chão".

Após terem passado por diversos desafios, Taís e  Kelver deixam como mensagem a importância de ter muita fé. "Porque Deus é muito bom e prepara as pessos. A angústia vai passar. Desde a tia da limpeza até a médica, todos foram excepcionais. Foi uma família que conquistamos dentro do hospital e que levaremos para fora", comenta o casal. 


Foto: Divulgação
Kelver da Silva carrega uma história de superação e de luta contra a doença
Kelver da Silva carrega uma história de superação e de luta contra a doença