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Exportações de tabaco têm alta de 25% no semestre em relação a 2020


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 13/07/2021 18:56
Atualizado 13/07/2021 18:57

Geral   INDÚSTRIA

A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) divulgou no final da semana passada um balanço que mostra que as exportações da indústria de transformação no Estado aumentaram na comparação mensal e no acumulado do ano. Em junho, US$ 1,2 bilhão foram movimentados, um avanço de 43,4% ante ao mesmo mês de 2020, quando foram de US$ 836 milhões.

O que chamou a atenção dos economistas é que de acordo com os dados apresentados, a exceção entre os maiores setores de exportação ficou por conta do Tabaco, que reduziu 8,6% no mês de junho. No entanto, de acordo com dados do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), o número apresentado pela Fiergs é diferente do obtido pelo Sindicato, que mostra estabilidade em relação ao mês e elevação dentro do semestre. “Tivemos uma redução em maio e junho, mas estamos na frente do ano passado. Se consideramos o semestre, estamos 26% na frente do ano passado levando em conta o volume embarcado, isso a nível Brasil. O Rio Grande do Sul acompanha isso com crescimento de 25,9% em volume. É complicado avaliarmos por mês, pois às vezes um cliente pede pra embarcar mais ou esperar, vai muito no que os clientes estão demandando”, destacou o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke.

A perspectiva em relação às exportações ainda deve melhorar. Segundo o presidente, a atual safra demonstra ainda mais qualidade em relação ao produto do que a safra anterior. “Se tivermos oferta de navios e contêineres suficientes, a tendência é de exportar mais do que ano passado. O dólar mais alto torna o Brasil mais competitivo, o que aconteceu no ano passado e se repete em 2021. No ano passado tivemos uma redução no valor embarcado e não no volume, devido à qualidade que era menor”, ressaltou.

Schünke ainda fez uma projeção para o futuro do tabaco no Brasil. “Temos que analisar daqui pra frente que o Brasil é o segundo maior produtor, o maior exportador e conseguiu isso devido à qualidade, integralidade, produtividade e sustentabilidade, em relação a outros países. O país é responsável por exportar 25% do volume do mercado global. O Brasil é muito forte e certamente se mantiver o que fez até hoje, tiver preço competitivo e evoluir em tecnologia, ficará por muitos anos no mercado do tabaco sem dúvidas nenhuma”, completa.

Quem Cresceu

Os dados da Fiergs também levam em conta o primeiro semestre de 2021, no qual foram movimentados pelo comércio exterior US$ 6,2 bilhões, o valor é 29,5% maior em relação ao acumulado de janeiro a junho do ano passado. “O resultado recupera o patamar do primeiro semestre de 2019. Em 2020 a queda foi grande em função da pandemia, que afetou também as vendas e produção, por conta das restrições. Aos poucos, parceiros importantes, como China e Argentina, começam a retomar as compras”, confirma o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.

Na análise por setor, dos 24 segmentos da indústria, 21 assinalaram aumento do valor das vendas externas. O de Alimentos registrou aumento de 44,6%, em razão da demanda chinesa por carne suína e óleo de soja. Químicos, segundo maior exportador, cresceu 64,3% com a elevação dos embarques para Argentina, Chile e Holanda. Máquinas e equipamentos e Produtos de metal também cresceram, 85,7% e 53,3%, puxados pela demanda global por produtos metálicos. Couro e calçados, por sua vez, registraram o maior aumento entre os grandes exportadores, 94,9%, puxado pelas compras para a Alemanha, China e Estados Unidos.

 


Foto: Junio Nunes/Divulgação
Mesmo com redução nas exportações em maio e junho, setor comemora retomada e projeta caminhos para os próximos anos
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