A Polícia Civil, por meio dos agentes da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), prendeu preventivamente um homem pela prática de crimes no contexto da violência doméstica. A prisão aconteceu na manhã desta terça-feira (1), no Bairro Bom Jesus. A representação ocorreu após a divulgação em redes sociais de um vídeo em que a vítima aparece dentro de um veículo em deslocamento, gritando por socorro.
Conforme a Polícia Civil, o indivíduo, de 31 anos, já tinha sido indiciado pela prática dos mesmos delitos contra a companheira. Agora, ele irá responder em novo inquérito por lesão corporal, ameaça e perseguição. Conforme a delegada Lisandra de Castro de Carvalho, a polícia não poderia ter outra atitude a não ser a representação pela prisão do homem. "Nós queremos neste momento oportunizar paz para ela e dar uma resposta do Estado para esse indivíduo que insiste em desafiar a resposta que nós temos nas leis. Nós sabemos que ela novamente foi agredida. Então, é dever do Estado e da Segurança Pública garantir a proteção e a integridade física e psicológica da vítima", destaca.
Por se tratar de uma ação penal pública incondicionada, a delegada explica que independe da vontade da vítima de querer ou não processar o acusado. "Por isso, nós estamos autorizados a tomar essas medidas em nome da vítima, para sua segurança, mesmo que ela manifeste vontade - pública inclusive - de não querer representar. Não estamos invadindo a vida do casal. Não é uma invasão. É uma atitude de proteção. A polícia vem para ajudar, auxiliar, dar os meios, resgatar essa mulher que tem vivido momentos de tensão. Estamos trabalhando e oportunizando uma mudança de vida para ela, tentando emponderá-la diante dos acontecimentos e encorajá-la a romper com o ciclo de violência", comenta.
O pedido pela prisão preventiva foi remetido à Justiça na sexta-feira, um dia após o ocorrido no centro de Santa Cruz do Sul. "Tão logo tivemos conhecimento da prisão, nós cumprimos o mandado. Esperamos que dessa maneira a vítima consiga reconstruir sua vida, dentro também da liberdade de escolha. É importante lembrar que para romper o ciclo de violência leva tempo. A pessoa demora para amadurecer o pensamento e tomar a decisão. Temos que compreender a vítima e não julgá-la. Se no futuro ela mudar de opinião é uma escolha dela", diz.