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Fiscais da Vigilância: uma rotina em prol do controle da pandemia


Publicado 16/05/2021 20:00

Geral   RECONHECIMENTO

Se os profissionais da área da saúde estão na linha de frente dentro dos hospitais e postos de saúde, nas ruas são os fiscais da Vigilância Sanitária que se arriscam e se importam em prol do controle da pandemia da Covid-19. Em Santa Cruz do Sul, a realidade não é diferente. Para Luiza e Eduardo, a rotina é de superação, aprendizado e muita luta.

De acordo com Luiza, fiscal desde agosto de 2020, sua rotina é realizar a fiscalização nas empresas para verificar os cuidados que estão tendo para evitar a propagação do vírus. Como iniciou os trabalhos em meio à pandemia, já precisou se acostumar logo no começo com uma realidade que alterou o modo de viver de todo o mundo.

Com orientação aos estabelecimentos sobre os protocolos específicos para cada setor, ser fiscal também é sempre estar atento às normas vigentes, tanto Estadual quanto Municipal. "Também realizamos os plantões no turno da noite e nos finais de semana, para verificar se todos estão tomando os devidos cuidados para prevenção da Covid-19. Em algumas situações cabe orientações, já em outras a autuação do estabelecimento", destaca. 

Para a santa-cruzense, o que dificulta a fiscalização é a não aceitação das normas vigentes - com resistência por parte de alguns - e, consequentemente, a negação de cumpri-las. "Nesse período aprendi o quão é importante a fiscalização para o cumprimento das normas. Espero que as pessoas se conscientizem o quanto antes sobre a gravidade da pandemia, pois ela existe, que pensem mais no próximo, para que tudo volte à normalidade o mais breve possível", ressalta. 

Dessa forma, para transmitir a mensagem de responsabilidade, precisa ser imparcial, objetiva, persistente e paciente. "Tenho que contornar as situações adversas, sempre agindo conforme os códigos de ética e conduta. Na grande maioria das situações, as pessoas aceitam o trabalho da fiscalização e possuem conhecimento da importância deste. Porém, em alguns momentos, que é exceção, há resistência por parte de alguns, e, consequentemente, ocorre ofensas por parte destes em relação ao fiscal", lamenta. 

Da mesma forma, o fiscal Eduardo ressalta que, assim como diariamente há aprendizados, também ocorrem momentos em que é necessário muito jogo de cintura ao conduzir uma fiscalização mais intensa e mediar situações que podem evoluir para um estresse maior. "É preciso que as pessoas entendam que nosso trabalho é fazer cumprir o que os decretos municipal e estadual determinam. Não somos nós que criamos! Apenas precisamos fazer cumprir o que neles está escrito", fala. 

Segundo Eduardo, algumas pessoas ainda não entenderam o quão devastador é o vírus e a gravidade da pandemia. "Acredito que o coronavírus está sendo subestimado devido aos infectados que não têm sintomas tão agressivos. Assim como uma pessoa pode ser inclusive assintomática, outra pode vir a óbito em poucos dias devido à rápida evolução da doença. Não pague para ver, cuide-se! E principalmente cuide de quem você ama. Se você acha que se for infectado para você não vai dar nada, pense no seu pai, na sua mãe, filhos, sogros, pessoas que você ama. Não duvide do vírus, ele é real e mata! Recentemente perdi minha sogra para o vírus e o mais surpreendente é que foi após o período de isolamento dela", se preocupa. 

Fiscal desde julho de 2020, Eduardo - assim como Luiza - também iniciou a função em meio à pandemia e muitos foram os aprendizados obtidos nesse período. "Com bastante cuidado, muita coisa mudou no meu dia a dia, principalmente pela atuação no meu trabalho em vários locais onde somos expostos a todo momento. Mas o principal são os cuidados ao retornar para casa, com roupas, calçados, higienização como um todo a fim de não levar o vírus para a família", diz. 

Por isso, também aprendeu a valorizar mais cada momento. "Passei a repensar algumas áreas da minha vida como pessoa, profissional, cidadão. Acredito que a pandemia também tem nos ensinado muito isso, a viver cada dia como se fosse realmente o último, a dar o devido valor a um abraço e aos momentos em família e entre amigos. Todos os dias aprendemos muito, em todos as fiscalizações sempre se tira uma lição. Mas o que mais admiro são aquelas pessoas que entendem que não estamos ali para punir e sim para fazer o nosso trabalho, para que possamos logo passar por essa pandemia e voltar aos nossos dias normais de antes dela. Todos estamos cansados, queremos nossas vidas de volta! No entanto eu tenho a consciência de que ainda não podemos voltar a ter a vida que tínhamos. Para que esse dia chegue logo, deixo o apelo a todos que intensifiquem os cuidados em todos os sentidos", aconselha. 

* Para preservar a identidade dos fiscais, os nomes usados na matéria são fictícios.


Foto: Divulgação
Fiscais atuam em diferentes pontos do município
Fiscais atuam em diferentes pontos do município