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Especial Dia do Trabalho: tempos diferentes, dons semelhantes


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 01/05/2021 12:00

Geral   EVOLUÇÃO NA VIDA DOS BARBEIROS

Você lembra o que fazia aos 12 anos? O santa-cruzense Inácio Pedro Kessler cortava o cabelo dos pais e irmãos com sua tesoura e seu pente. Naquele longínquo ano de 1971, o ainda menino já  sabia que tinha em suas mãos o dom para seguir na profissão que se tornaria sua fonte de renda por toda a vida. Atualmente com 61 anos, o responsável pelos cortes da Barbearia Kessler - no centro de  Vera Cruz - relembra a difícil decisão de, em 1984, deixar o emprego para abrir uma barbearia. Kessler recorda e guarda com muito carinho os primeiros clientes, aqueles que ajudaram o barbeiro a se consolidar na profissão na cidade.

No entanto, não foi apenas na área urbana que o profissional conquistou clientes e admiradores pelo seu trabalho. Segundo conta, os antigos e atuais frequentadores do estabelecimento vêm de diversos lugares. “Hoje atendo clientes de localidades do interior e também de outros municípios. Ainda, faço atendimento domiciliar caso for solicitado”, ressalta o barbeiro, que revela ter por muitos anos atendido pessoas acamadas no Hospital Vera Cruz.

Com o tempo, Kessler afirma que a profissão passou por transformações que a fizeram mais fácil e prática. “Quando eu comecei, trabalhava com máquinas de cortar cabelo manuais e tesouras com fio simples. Hoje em dia já temos os aparelhos elétricos, que realizam os cortes, o que com certeza facilita o trabalho dos profissionais. O serviço feito pelos  barbeiros antigamente era bem mais difícil em razão das ferramentas de trabalho, que eram mais brutas”, conta.

Na sua profissão, Kessler se diz realizado e grato. Através dela fez amigos, pôde conhecer quatro gerações de uma mesma família. E o que fica é a realização pelas conquistas. “Tenho muito orgulho da minha profissão. Junto com minha família, consegui superar todas as dificuldades e por isso sou muito grato”, complementa o barbeiro.  

Na era da tecnologia

Natural de Santa Maria, Leonardo da Silveira Cezar, de 21 anos, também começou cedo a trilhar o seu caminho na profissão de barbeiro. Assim como Inácio Kessler, o jovem atende os clientes em um espaço localizado na Capital das Gincanas. 

Segundo Leonardo, a ajuda dos pais foi fundamental para que fosse possível obter sucesso e se consolidar na profissão. No início, o jovem relata que teve dias em que não havia clientes para atender, portanto foi necessário persistência para não desistir. “Tinha dias que eu não atendia. Assim, mesmo com as dificuldades, não desisti do que desejava”, salienta o profissional, que se orgulha, hoje, de ter cerca de 200 clientes cativos por mês. Conforme Leonardo, o avanço da tecnologia não melhorou apenas a questão das ferramentas de trabalho, mas também a promoção dos estabelecimentos. “Acho que o avanço da tecnologia na parte da internet foi excelente.  As plataformas digitais têm ajudado na divulgação do meu trabalho”, ressalta o barbeiro. 

Sobre a escolha do trabalho para a vida, Leonardo afirma que se orgulha em atuar como barbeiro. ”Eu amo o que faço, trabalho com amor. A gente diariamente mexe com a autoestima das pessoas, e eu acho que isso é o que mais representa esta profissão: poder fazer com que as pessoas fiquem felizes”, destaca.

 


Foto: Taliana Hickmann / Jornal Arauto
Leonardo e Inácio encontram em seu trabalho o segredo para a felicidade
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