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Especial Dia do Trabalho: No olhar, um legado de pai para filha


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 01/05/2021 19:50
Atualizado 01/05/2021 19:54

Geral   LEGADO DE DEDICAÇÃO

Fotografar. Uma arte que exige dedicação e visão aguçada. Porém, quando o legado vem de berço, as coisas se tornam mais fáceis. Ou nem tão fáceis assim, pois é na dificuldade que aparecem os grande profissionais. Elisangela Rudiger Johann, fotógrafa vera-cruzense, aprendeu com o pai a arte de contar histórias e memórias através das imagens. Ela diz que apesar de acompanhar o pai em eventos, foi quando o carismático seu Glicério sofreu um acidente que ela teve que abraçar a causa. “Nasci no meio da fotografia. Ele me levava junto a alguns ensaios e eventos mais próximos. E eu comecei mais como brincadeira, comecei a fotografar amigas, família, ainda jovem. Quando ocorreu o acidente e ele ficou quase um ano em cadeira de rodas, tive que assumir, junto com meu irmão mais velho, que já fotografava”, conta.

Com quase 30 anos de profissão, Fofa, como é conhecida em Vera Cruz, conta que assim como as coisas evoluem, a fotografia teve uma grande virada: do então analógico para o digital. “Quando começamos com o digital foi complicado. Se para nós foi, imagina para ele, que era algo totalmente diferente. Não tínhamos muita noção, até resistimos um pouco no início, de fazer a troca. Até porque o investimento era alto, principalmente em equipamentos. Aproveitaríamos muita coisa, mas não queríamos abandonar totalmente o analógico porque não sabíamos como seria”, relata.

O relatos mais difíceis entre os pais é o momento de deixar os filhos caminharem com as próprias pernas, e com Elisangela não foi diferente. “Quando incorporamos totalmente o digital o pai foi se afastando porque era muito diferente. Quando ele sentiu que estávamos seguros ele foi saindo, mas por muito tempo seguiu participando dos eventos junto, mesmo que era só para dizer que estava lá. Como se fosse nosso segurança. De certa forma acho que ele cansou, por muitos anos trabalhou de segunda a segunda”, conta Fofa, carregando mais que o legado, muitas histórias através das lentes.

Glicério Johann: 46 anos dedicados a fotografar

Glicério Johann conta que chegou a Vera Cruz na década de 70. Vindo do Vale do Taquari, o jovem trazia na mala a dedicação e a vontade. Filho de produtores rurais, o fotógrafo atuava de forma itinerante no começo da carreira ainda em Mato Leitão. Com o passar dos anos e depois de se aventurar nas indústrias da região, Johann resolveu abrir um pequeno estúdio, próximo ao local onde residia. O começo, como na maioria das vezes, foi complicado, mas ao poucos o mercado, que ainda nem sonhava em ser digital, foi sendo conquistado por ele. A próxima quarta-feira (5), é marcada pelo aniversário da loja, fundada por Glicério e deixada como legado à filha. Dedicação e carisma, sem dúvida, são as palavras de ordem de Johann.


Foto: Arquivo/Portal Arauto
Elisangela Johann aprendeu com o pai a arte de contar histórias e memórias através das imagens
Elisangela Johann aprendeu com o pai a arte de contar histórias e memórias através das imagens