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Pai e filha, mas também colegas na Brigada Militar


Publicado 21/04/2021 20:45
Atualizado 21/04/2021 20:49

Polícia   DIA DO POLICIAL MILITAR

Quando o capitão Sílvio Erasmo Souza da Silva deixou a filha Luana no curso da Brigada Militar em Alvorada controlou seu nervosismo para que ela não enxergasse suas lágrimas. Afinal, como policial militar, precisava ignorar a preocupação para deixá-la seguir o caminho que ele também trilhou. Atual comandante da 2ª Companhia do Comando Rodoviário da Brigada Militar de Santa Cruz do Sul, capitão Silva hoje tem a honra, a emoção e a felicidade de comemorar o Dia do Policial Militar - festejado nesta quarta-feira (21) - ao lado da filha, que tanto o enche de orgulho. 

Desde 2012, quando a carreira de Luana iniciou, os momentos em família tornaram-se também momentos de diálogo sobre a Brigada Militar. Formada em Direito pela Faculdade Dom Alberto, Luana ingressou no 24º Batalhão de Polícia Militar, em Alvorada, mas três anos depois foi transferida para o 23º BPM, em Vera Cruz, para depois seguir seu caminho na 1ª Companhia do batalhão. Atualmente, trabalha no Comando Regional de Polícia Ostensiva.

Por isso, hoje em dia, pai e filha dividem mais do que momentos especiais em família, mas também conquistas profissionais na mesma cidade de atuação. "Não cheguei a recomendar a profissão para ela, mas foi uma emoção muito grande saber que ela passou no concurso, em 2012, e quis ingressar na Brigada Militar. Hoje vendo no que ela se transformou, a profissional competente, me enche de orgulho e me sinto vitorioso", relata. 

Assim como Luana, o filho Luan Gabriel da Silva também já manifesta interesse pela profissão. Aos 19 anos, o acadêmico de Direito da Faculdade Dom Alberto arranca elogios do pai com seu foco nos estudos e na admiração que tem pelo ofício do pai e da irmã. "Acredito que meu filho possa seguir esse caminho, mas ele que fará sua escolha", ressalta. Por isso, embora os riscos que a vida na Brigada Militar possa trazer, capitão Silva aconselha os pais que possuem algum tipo de receio: "É uma das mais nobres profissões, onde muitas vezes abrimos mão do nosso bem mais precioso, que é a vida, para salvar a vida de pessoas que nem ao menos conhecemos. Este é o juramento que fiz e vou honrar até o final da minha vida", comenta. 

Família na BM

Capitão Silva, rio-pardense, iniciou sua carreira na BM aos 20 anos, em 1991. Assim como a filha, que desde pequena se imaginava na profissão, Silva também costumava desenhar, quando criança, uma viatura e um policial. Com extensa trajetória na Brigada Militar, ele também é professor de Direito Penal na Faculdade Dom Alberto. E foi entre suas atividades que ele conheceu o amor de sua vida, Tais Riceli da Rocha Santos, também policial militar. "Nos conhecemos durante um atendimento de ocorrência policial, em uma tentativa de furto qualificado na sua residência, em Rio Pardo", recorda. 

Ao lado dela e das filhas Maria Eduarda e Manoela - de 15 e sete anos -, capitão Silva segue compartilhando o quanto a profissão de policial militar é importante e deve ser valorizada. Na rotina da família, inevitavelmente, o assunto sempre chega à Brigada Militar. "Temos muitos colegas e amigos. Costumamos dizer que a Brigada é nossa segunda casa, o que realmente é uma verdade. Como casal, acabamos nos aconselhando, nada melhor do que ter um ao outro para resolver de forma mais pacífica todos os conflitos que nos cercam", salienta. 

Enquanto orgulha-se da força e profissionalismo da filha e da esposa, capitão Silva também revela que alguns momentos são de apreensão. "As duas já se envolveram em confrontos. Confesso que muitas noites fiquei sem dormir, com receio de que pudesse acontecer algo de ruim para elas, mas ambas são extremamente profissionais", diz. Competentes e admiráveis como todo policial militar. Afinal, conforme destaca Silva, o policial é a barreira que separa o bem do mal. "Considero que o policial seja um garantidor dos direitos fundamentais. Considero a Brigada Militar fundamental para a formação da cidadania, pois ela atua nas mais diversas áreas e em todos os lugares", fala. 


Fotos: Arquivo Pessoal
Comandante da 2ª Cia do Comando Rodoviário orgulha-se da trajetória da filha que, assim como ele, escolheu arriscar a vida pela comunidade
Comandante da 2ª Cia do Comando Rodoviário orgulha-se da trajetória da filha que, assim como ele, escolheu arriscar a vida pela comunidade

Foto: Arquivo Pessoal
Capitão Silva ao lado da esposa, a policial Tais
Capitão Silva ao lado da esposa, a policial Tais