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"A escola foi feita para a presencialidade", diz Nestor Raschen


Publicado 08/04/2021 09:00
Atualizado 08/04/2021 09:02

Geral   EDUCAÇÃO

Há um ano, a pandemia da Covid-19 altera a vida da comunidade santa-cruzense e muda a rotina da comunidade escolar. Das salas de aulas para espaços online, horas do intervalo que não acontecem mais e abraços entre colegas hoje proibidos. A mudança intensa no modo de aprender e ensinar preocupa pais, alunos e professores, como Nestor Raschen, diretor do Colégio Mauá e delegado regional do Sinepe.

Segundo o professor, quem mais tem prejuízo sem as aulas presenciais são os pequenos. "A rotina e o trabalho da escola são importantes para a vida das crianças. Sua socialização e o contato com os professores são tão relevantes que a ausência disso afeta a saúde emocional. Nós precisamos cuidar disso! Eu lamento muito que, ainda hoje, estejamos discutindo esse assunto. Se educação é um serviço essencial, todas as escolas deveriam estar funcionando, para o bem da sociedade e para o bem das crianças", destaca.

Além dos problemas psicológicos que a falta de contato com o ambiente escolar pode causar, Nestor Raschen também lamenta pelo prejuízo cognitivo. "Uma coisa é aprender na sala de aula e outra é aprender no sistema remoto. Não temos uma tecnologia preparada para isso. A escola foi feita para a presencialidade. Já defendíamos isso no ano passado. Felizmente, tivemos de setembro a dezembro aulas presenciais, sem problema nenhum. Então, está comprovado que escola - com protocolos e cuidados - não é o problema, não é o lugar de contaminação", diz. 

De acordo com Raschen, o retorno é importante e seguro, com a adoção das medidas já adotadas durante o período no ano passado, como aferição da temperatura, máscaras, uso do álcool em gel e distanciamento de um metro e meio. "Na escola eles podem ter atividades ao ar livre, em espaços recreativos. As crianças precisam brincar! Vejo com muita tristeza as praças fechadas. Onde as crianças que moram em apartamentos vão brincar? O que elas estão fazendo? Estão todas voltadas para os aparelhos e sabemos que diante das telas o prejuízo é enorme. Então, é urgente o retorno às aulas", lamenta.

Nestor Raschen salienta ainda que espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) acolha o pedido da Procuradoria Geral do Estado para que o Rio Grande do Sul volte a ter aulas. "Santa Catarina está tendo aula, sem problemas algum. Por que não aqui? Se num primeiro momento, na bandeira preta, pudermos ter aulas da educação infantil e primeiro e segundo ano, está ótimo. Quando retornar à bandeira vermelha, retorna todo mundo. Vamos torcer também para que as pessoas cuidem e protejam uma às outras, para que os casos reduzam. Assim será bom para toda a sociedade, em especial para nossas crianças, que precisam das escolas", conta.


Foto: Reprodução/Facebook
Professor lamenta o prejuízo que a pandemia da Covid-19 causa aos alunos, principalmente às crianças
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