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Revendedores ganham destaque com falta de peças na indústria


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 06/04/2021 19:48
Atualizado 06/04/2021 19:48

Geral   VEÍCULOS

Para que uma produção industrial seja viabilizada, além da mão de obra, a matéria-prima também é um item elementar. Sendo assim, em havendo falta de alguma destas variáveis, a produção fica prejudicada, ou até mesmo se torna inviável.

Volkswagen, Mercedes Benz, Volvo, Scania, Honda e Toyota foram algumas das montadoras com negócios no Brasil que paralisaram a produção por piora da pandemia. A General Motors (GM), com sede em Gravataí, no Rio Grande do Sul, interrompeu a fabricação do Onix, carro mais vendido do país, por, pelo menos, dois meses. No entanto, não é só o momento pandêmico que fez com que as linhas de produção fossem momentaneamente desligadas.

A falta de insumos também dificulta a fabricação dos veículos nas montadoras, uma crise que ocorre em nível global. Isso tem sido ocasionado em razão da grande procura por celulares e notebooks. Os chips e condutores eletrônicos, essenciais para o sistema multimídia dos veículos, estão em falta no mercado. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as montadoras tinham estoque para apenas 18 dias de fabricação, no mês de janeiro. O problema tem sido registrado também em concessionárias com sede fora do Brasil. A realidade talvez faça pensar que o problema está distante, contudo, os reflexos são percebidos muito mais perto do que imaginamos.

Jair Limberger, proprietário da Citycar, revenda de veículos com sede em Santa Cruz do Sul, relata dificuldades na obtenção de alguns modelos específicos de carros. “Não estamos conseguindo atender a todos, mas nem por isso deixamos nossos clientes desguarnecidos. São modelos variados que são procurados por nossos clientes e não estamos conseguindo atender nossa demanda. Estamos pedindo a compreensão dos clientes neste momento, que aguardam a chegada do carro que melhor se adéqua às necessidades”, explica.

Limberger, ainda ressalta as diferenças entre a aquisição de carros novos e usados. “Estamos sentindo muito o aumento de demanda e isso é muito bom para o nosso mercado, mas precisamos atender o que nossos clientes querem. Com um carro novo é mais tranquilo, porque o cliente escolhe a cor, o modelo e os opcionais e mandamos vir. No caso dos carros usados, nem sempre o que o cliente busca está em nosso estoque. Nossa missão é encontrar o automóvel que melhor se encaixe nas necessidades, o que tem sido dificultado por essa falta de veículos no mercado”, destaca.

Conforme Jair Limberger, outra dificuldade que tem sido enfrentada pelos revendedores de veículos é a troca, na qual, em algumas vezes, o veículo já chega à revenda vendido pelo proprietário. “No caso dos veículos usados, na maioria das vezes conseguimos receber esse carro para colocar à venda novamente na revenda. No entanto, quando o carro é seminovo ou de único dono e em bom estado, temos nos deparado com a venda antes mesmo de ser negociado com a revenda. Ou seja, o proprietário vende o veículo para um parente, amigo ou conhecido e não dá na troca”, explica.

Polo Automotivo

De acordo com o empresário, Santa Cruz do Sul tem se tornado referência na revenda de veículos, não só para clientes do Município ou do Vale do Rio Pardo, como também para cidades da região Centro Serra ou até mesmo do Vale do Taquari. “Temos percebido essa procura pelas revendas aqui da região. Temos clientes que vem de outras cidades, pois aqui os preços praticados tem sido mais em conta. Caso de Lajeado e Encruzilhada do Sul, por exemplo. Temos vendido muito bem para esses mercados”, frisa.


Foto: Rafael Cunha/Grupo Arauto
Ausência de componentes para o sistema eletrônico tem paralisado produção em montadoras e aquecido venda de seminovos e usados
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