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Com UTIs operando com 100% da capacidade, diretor geral do HSC pede consciência da população no feriadão de Páscoa


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 02/04/2021 19:00
Atualizado 02/04/2021 20:20

Geral   SITUAÇÃO NA PANDEMIA

As internações pela Covid-19 em leitos clínicos vêm apresentando redução nos últimos dias no Rio Grande do Sul. Quem também segue essa tendência são algumas instituições de saúde do Vale do Rio Pardo, que percebem a diminuição das hospitalizações principalmente da semana passada para essa - o que pode ser reflexo do avanço da vacinação contra a doença, bem como das restrições mais rígidas impostas pela bandeira preta.

Entre os hospitais da região, a queda nesse índice já é sentida no Santa Cruz (HSC). Em entrevista à reportagem do Grupo Arauto, o diretor geral do hospital, Vilmar Thomé, explicou que houve um recuo em relação à doença, diminuindo a pressão na casa de saúde. Porém, alerta que o número de internações nos leitos clínicos ainda é considerado elevado – mesmo que em menor volume ao que se observava na semana passada - e que nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) esse recuo nas internações não ocorre. “Continuamos com as UTIs operando com 100% da capacidade, além de haver lista de espera no sistema de gerenciamento de internações do Estado e na região, variando de quatro a seis, dependendo do dia”, esclarece.

Em relação às consultas, a redução também é percebida. Em contraponto, Thomé reforça que nas duas últimas semanas, Santa Cruz do Sul vem sofrendo a incidência de casos de dengue – doença com sintomas, muitas vezes, parecidos aos da Covid-19. “Nesse cenário, temos uma redução nas consultas relacionadas à Covid-19, mas um aumento em consultas com identificação de dengue”, frisa o diretor geral da instituição de saúde.

Ao avaliar o cenário atual, Thomé sinaliza que caso se mantenha a queda nas consultas, no contágio, nos atendimentos ambulatoriais e nas internações em leitos clínicos, a redução da ocupação nas UTIs levará ainda de duas a três semanas para ser sentida. “Isso ocorre por se tratar de pacientes de longa permanência. Como tem fila de espera também é uma situação que vai levar algumas semanas para se regularizar”, aponta.

Alerta para o feriadão de Páscoa

Conforme o diretor geral do HSC, o feriadão de Páscoa é um fator de risco que pode impactar mais a frente em superlotação dos hospitais, em função do possível aumento de contágio. “Porém, só vamos sentir realmente cerca de uma semana depois, em termos hospitalares”, afirma. “Acreditamos que as pessoas individualmente e as famílias estão conscientes do risco que seus atos representam, tendo em vista o que aconteceu após os feriadões de fim de ano e de Carnaval. Dessa forma, precisamos que exista um cuidado extremo para que se evite o contágio”, alerta, ao afirmar que, enquanto um percentual elevado da população não estiver vacinado (cerca de 70 a 80%), a medida número um segue sendo a prevenção, evitando comportamentos de risco em relação à Covid-19.

Thomé, por fim, esclarece que já é percebida uma mudança na faixa etária de pessoas atendidas junto à casa de saúde e demais hospitais da região e do Estado – efeito do avanço da vacinação. “Atualmente há um grande volume de jovens infectados. Esses que também são internados, vão parar nas UTIs e que vão a óbito. Houve uma mudança drástica no perfil dos infectados. Certamente a vacinação tem contribuído para que os idosos estejam mais protegidos, o que é possível de perceber até mesmo nos dados de óbitos das últimas semanas, tendo a maioria das vítimas idades até 60 anos, ou seja, a vacina é uma grande barreira para casos graves de Covid-19”, arremata.


Foto: divulgação
Redução nas internações deve refletir só daqui algumas semanas nas UTIs
Redução nas internações deve refletir só daqui algumas semanas nas UTIs