Os dias que sucederam a virada do ano de 2021 não foram fáceis para pais e alunos, que viveram momentos de angústia e incerteza quanto à retomada ou não das aulas presenciais. No entanto, os tempos difíceis ainda devem permanecer para alguns. Após idas e vindas, o governador Eduardo Leite sancionou a lei que reconhece as atividades físicas e de ensino como essenciais, porém, a retomada não será tão simples assim.
Pelos protocolos estaduais, a educação infantil e o 1º e 2º ano do ensino fundamental estão autorizados a operar na bandeira preta, mas não podem ser modificados pelo sistema de cogestão regional. No entanto, a retomada das aulas presenciais ainda está proibida no Rio Grande do Sul por decisão judicial. Segundo o Governador, “o Estado está trabalhando para reverter a decisão”.
Quem também sofre com tudo isso são as escolas. Sem receber alunos desde o ano passado, apesar da ameaça de retomada, feita em fevereiro, tudo ainda segue nebuloso neste sentido. Conforme Andrenise Marciela Schaefer, proprietária da Escola Infantil Nice, localizada no Centro de Santa Cruz do Sul, a situação está bastante difícil, até porque o trabalho com crianças pequenas é mais voltado ao lúdico. “O trabalho é muito voltado a brincadeiras, e esse tipo de atividade é muito difícil de se fazer online, mas mesmo assim a escola está fazendo uma movimentação para envolver as crianças, com o objetivo de permanecer o vínculo com os professores e colegas. Tivemos uma experiência muito positiva no ano passado, quando a escola ficou fechada seis meses, e as professoras faziam vídeos com músicas, leituras, propondo atividades. O diferencial deste ano é que estamos experimentando de fazer aulas ao vivo”, conta.
Segundo a gestora, a opção foi pela manutenção do quadro funcional e dos serviços contratados, por conta da expectativa de retorno. “Cada escola tem uma realidade, mas em setembro, quando voltamos, tivemos que atuar com a capacidade das salas em 50%. O número de profissionais, no entanto, se manteve praticamente o mesmo, o que tornou a gestão das escolas bastante complicada. A redução de gastos foi muito pequena, mantivemos todos os funcionários ativos. Não fizemos nenhuma demissão ainda. Estamos otimistas com a medida tomada pelo Estado”, explica.
Andrenise ainda comenta sobre o desejo de retornar o quanto antes às atividades. “A gente tem esperança de que muito em breve tudo se resolva. Acreditamos na educação e acreditamos que ela é essencial. Alguns criticam a volta às aulas, mas a opção é de cada família. Alguns optarão por ficar com as crianças em casa e seguirão recebendo os materiais. Outros mandarão os filhos para a escola. Adotamos protocolos rígidos para evitar a disseminação do vírus”, ressalta.
Um abaixo-assinado, que segundo descrição, tem o objetivo de “pressionar a Promotoria de Santa Cruz do Sul e o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite” é divulgado através das redes sociais. O documento conta com mais de 2,6 mil assinaturas e pede a permissão para reabertura de berçários, creches e pré-escola. Veja o abaixo-assinado clicando aqui!