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Lixo eletrônico segue valorizado


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 24/03/2021 19:00

Geral   NA RECICLAGEM

Fazendo parte do dia a dia da população, os aparelhos eletrônicos se tornam uma dor de cabeça na hora em que deixam de funcionar, com reparo inviável financeiramente, ou quando ficam obsoletos. Nestes casos, é fundamental saber dar o destino correto para os resíduos, que são considerados os principais vilões do meio ambiente quando há descarte incorreto.

Em Vera Cruz, a Associação Comunitária dos Trabalhadores do Lixo (Acotrali) realiza a separação e o armazenamento dos resíduos. Localizada em um prédio em Linha Henrique D’Ávila, na zona rural do município, a cooperativa trabalha com todo o tipo de material considerado reciclável. Conforme o presidente da Acotrali, Nelson Alves da Silva, a maioria dos aparelhos eletrônicos que chegam até o galpão são oriundos de recolhimentos realizados pela cooperativa em residências, empresas e órgãos que solicitam a retirada dos materiais. Atualmente, dois funcionários ficam responsáveis por manusear e separar o lixo eletrônico.
Em razão da pandemia, Nelson revela que o galpão está com grande quantidade desses materiais acumulados. “Estamos com muitos resíduos estocados em nosso prédio porque as empresas responsáveis pela retirada estão em um ritmo lento de recolhimento. Mas aos poucos está se normalizando a questão”, ressalta o presidente. Ainda, durante os últimos meses, Nelson revela que a associação teve dificuldades para conseguir liberar os plásticos de tipo ABS, que são encontrados em monitores de computador e televisões.

100% reciclável

Conforme Nelson, os materiais eletrônicos podem ser totalmente reciclados, tendo cada tipo de resíduo um bom mercado de venda. “Na maioria dos eletrônicos podemos retirar cobre, alumínio, vidro e plástico”, afirma. O presidente salienta que este tipo de material tem se tornado muito importante para a cooperativa em razão do potencial de retorno financeiro.

Muito além da questão econômica, Nelson ressalta que reciclar estes resíduos é fundamental para que se evite o descarte irregular e a consequente contaminação do solo. “O prejuízo para o meio ambiente é grande se o lixo eletrônico for lançado no solo. No entanto, temos percebido que a comunidade vera-cruzense está se conscientizando mais sobre o quão importante é realizar a separação adequada destes materiais”, frisa Nelson, que afirma serem computadores, televisores, vídeo-cassetes e lâmpadas de led os principais eletrônicos encaminhados para reciclagem no prédio localizado no interior, em Linha Henrique D’Ávila.

Ecoponto

Na Capital das Gincanas, uma alternativa pode ser o encaminhamento de materiais para o Ecoponto, que fica na rua Júlio Wild, próximo à sede dos servidores municipais. Estando em funcionamento no local desde 2011, o depósito recebe, além do lixo eletrônico, materiais como pneus e entulhos de podas ocorridas na cidade.

Conforme Antenor Kurtz, funcionário responsável pelo local, os resíduos eletrônicos  estão há quase um ano sem aparecer no pátio, uma situação bem diferente da encontrada em anos anteriores, quando os materiais se acumulavam no local até serem encaminhados para a Associação Comunitária dos Trabalhadores do Lixo (Acotrali).

Segundo Kurtz, o “desaparecimento” do lixo eletrônico do Ecoponto pode estar associado a uma valorização do material, que acaba atraindo a atenção de muitas pessoas que aproveitam o bom valor de mercado para vender. “Os produtos eletrônicos então sendo constantemente comercializados, isso faz com que muitos carroceiros acabem recolhendo por conta própria, fazendo com que não cheguem até aqui”, comenta Antenor, que está desde julho de 2015 como responsável pelo depósito de lixo.  


Foto: Gabriel Fuelber/Jornal Arauto
Segundo Nelson, televisores são um dos eletrônicos que mais chegam no depósito
Segundo Nelson, televisores são um dos eletrônicos que mais chegam no depósito