O Governo do Rio Grande do Sul anunciou no fim da manhã desta quinta-feira (18) a capitalização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). A informação foi divulgada pelo governador Eduardo Leite, em transmissão ao vivo pelas redes sociais do Estado, que efetuará a venda de ações da companhia. Dessa forma, o Rio Grande do Sul perderá o controle total sobre a Corsan, mas poderá contar com recursos privados para a companhia efetuar investimentos e manter a saúde financeira.
Conforme o governador, a decisão foi tomada a partir da nova lei sobre Marco Regulatório do Saneamento, que tornou obrigatória a revisão de metas que precisam ser estabelecidas pelas empresas responsáveis pelo saneamento básico dos municípios até 2033.Eduardo Leite salientou que 317 das cidades gaúchas possuem serviço operado pela Corsan e correriam risco de romper os contratos caso a companhia não cumprisse as novas regras. "A Corsan não tem capacidade de caixa e o Estado também não consegue ajudar. Na minha campanha eleitoral disse que a Corsan não seria privatizada, mas o contexto mudou. Eu sei que haverá aqueles que vão me atacar, mas faz parte do jogo. Pior seria se eu deixasse de reconhecer que mudaram as circunstâncias e causasse um prejuízo para todo o Estado", destacou.
Segundo o governador, a privatização não é da água. "O serviço continua público operado por uma entidade privada. A Corsan não tem capacidade para conseguir triplicar os investimentos como será necessário com o Marco Regulatório. O Rio Grande do Sul tem 32% da população com coleta e tratamento de esgoto. Estamos abaixo da média nacional e onde a Corsan presta o serviço os números são menores ainda", disse.
Caso aprovado, o controle da Corsan passa a ser da iniciativa privada. "Isso pode nos ajudar a uma retomada econômica mais rápida. Eu tomo essa responsabilidade e encaminho à Assembleia o projeto de lei que poderá proporcionar a privatização da Corsan, através da capitalização. O Rio Grande do Sul tem pressa no saneamento", ressaltou
O diretor-presidente da Corsan, Roberto Barbuti, também participou da coletiva e deixou uma mensagem aos funcionários da companhia. "Cria-se um risco, mas aqui está sendo dado um voto de confiança para que a Corsan consiga se tornar referência. É uma grande oportunidade, com benefícios para a companhia, para o Estado e para a economia. Estou extremamente convencido pela solidez do plano. Será uma bênção ter uma companhia forte", comentou.
