Reunidos virtualmente na noite deste sábado (20) os prefeitos de cidades do Vale do Rio Pardo decidiram pelo não encaminhamento de recurso. O prazo para tal envio se estendia até às 10h30min deste domingo (21). Os mandatários dos municípios optaram, no entanto, pelo plano de cogestão, envio que deve ocorrer após atualização documental.
O prefeito de Vale do Sol e presidente da Amvarp, Maiquel Silva, ressaltou a importância da união dos prefeitos neste momento. "A bandeira preta é um choque de realidade. O momento é muito crítico sim. Por isso optamos por não recorrer, mas também defendemos a manutenção da cogestão. Senão, iríamos da laranja direto para a preta, fechando o comércio e muitos serviços que de forma responsável cumprem os protocolos e não podem ser penalizados", comentou.
A entidade, junto com a sua equipe técnica, irá protocolar nos próximos dias a atualização do plano de cogestão regional, incluindo os protocolos e restrições da bandeira vermelha, o que não está previsto no documento em vigor.
Se o pedido da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) for aceito, a região que antes seguia os protocolos de bandeira laranja, agora passa a ter protocolos de bandeira vermelha. Entre as principais mudanças a restrição de alguns serviços, principalmente quanto à lotação de espaços e a modalidade que o trabalho é feito.
O governador Eduardo Leite fará uma reunião nesta semana com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) para tratar sobre a cogestão. O modelo pode ou não ser mantido.
Os prefeitos aprovaram ainda o envio ao governador Eduardo Leite de uma moção de apoio ao comércio e aos prestadores de serviço. A sugestão partiu da prefeita de Santa Cruz do Sul e presidente do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), Helena Hermany. A proposta dos prefeitos pede que principalmente as duas classes não sejam prejudicados em caso de bandeira preta, já que a cor prevê praticamente o fechamento do comércio.
A medida foi aprovada por todos os prefeitos. "Os pequenos empresários e os trabalhadores que movimentam a nossa economia estão abertos de forma responsável e cumprindo os protocolos. Em caso de bandeira preta, deve haver uma flexibilização das restrições, permitindo a abertura do comércio com limitações, assim como ocorre na indústria e construção civil", afirmou Helena.
A prefeita de Sinimbu, Sandra Backes, concorda que a região está passando por um dos piores momentos da pandemia, mas acredita que as atividades econômicas, na sua maioria, seguem os protocolos. "O comércio não é o responsável pelo aumento do contágio. O governo do Estado deveria ter adotado medidas mais restritivas antes do feriado do Carnaval, evitando as aglomerações que vimos nas praias", relatou.
Em sua fala na assembleia, o prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, defendeu a decisão de não recorrer e foi favorável ao encaminhamento da atualização do plano de cogestão. "Ainda não caiu a ficha para a população de que a situação é crítica. A nova onda está só no começo, concordo com o toque de recolher do governo do Estado e o fechamento das escolas. Mas a cogestão tem a finalidade de ajudar o comerciante, as empresas. Estamos também aumentando a fiscalização em nossa cidade", frisou.
Os prefeitos de Candelária, Nestor Ellwanger, de Rio Pardo, Edivilson Brum, e de Vera Cruz, Gilson Becker, também se manifestaram favoráveis pelos encaminhamentos da assembleia da Amvarp.