A chuva anunciada no fim de semana e que se concretizou em vários municípios na tarde deste domingo trouxe alívio em alguns lugares onde foi registrado maior volume, como no caso da região norte de Vera Cruz. Só a chuva em Ponte Andréas e arredores superou os 50 milímetros, o que reflete na agricultura e no volume de água do arroio Andréas, principal fonte de abastecimento dos vera-cruzenses. A chuva não foi uniforme, em algumas localidades sequer chegou, mas em Alto Dona Josefa foi em torno de 35 milímetros e na região serrana do município, onde já se sentia dificuldade no abastecimento, veio em ótima hora.
Na captação do Andréas, a vazão do arroio não era mais suficiente para o abastecimento. Quando se fazia o bombeamento, parava de correr água por cima da barragem, retornando após o serviço. A vazão de bombeamento atual é de 110 litros por segundo e o consumo chega entre 60 e 70 litros por segundo. A chuvarada mudou o cenário no local.
O prefeito Gilson Becker frisa que representa tranquilidade no abastecimento e recuperação importante que se soma às melhorias feitas na sexta-feira ainda, com a colocação de tubulação para otimizar o sistema de captação no local. “Desde o fim de setembro não ocorria chuva tão expressiva para aumentar o volume de água do arroio. Vinha se mantendo constante desde meados de outubro até agora. Foi muito importante porque recuperou. Traz tranquilidade e normalidade ao abastecimento e ao mesmo tempo diminui o consumo com irrigação de grama e plantas”, resume o gestor.
Em Santa Cruz, o Lago Dourado subiu cerca de quatro centímetros, estando em seu nível máximo, explica o superintendente regional da Corsan, José Roberto Epstein, ao frisar não há risco, está tranquilo em termos de volume de água disponível para o município.
Conforme a Emater/RS-Ascar e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural de Vera Cruz, a precipitação contribuiu para a recuperação e o desenvolvimento da soja, do milho e das pastagens. No entanto, para o arroz, o volume pouco refletiu e em alguns pontos em nada amenizou o problema enfrentado para a irrigação das lavouras, que depende do volume dos rios. No caso do produtor Alexandre Frantz, com lavouras em Linha Sítio e Entre Rios, o volume de água do rio Pardinho usado para o arroz foi restabelecido com as últimas precipitações.
No entanto, quem depende do rio Pardo, ainda sofre bastante. Marcio Sehnem, de Linha Tapera, conta que choveu cerca de 30 milímetros por lá. “Uma ótima chuva. Porém, não amenizou a estiagem para a lavoura de arroz, pois aqui, ou seja, o rio Pardo, depende muito se chover em Candelária, e lá não choveu”, atesta ele, ao relatar que de 120 hectares, mais ou menos, cerca de 30 não tem água, a terra está rachada. Rogerio Peil, morador da Coxilha Mandelli, também relata que não fez efeito para acumular água no rio Pardo e irrigar suas lavouras de arroz. Ele e os demais que enfrentam este problema torcem para que as previsões climáticas da semana se confirmem, com mais chuva.